Os novos escravos.
Os novos escravos não são transportados em navios negreiros,não vivem acorrentados,não levam chicotada. Não passam fome.Os grilhões deles são de ouro. Pensam que são livres. Apenas existem.
Para os novos escravos não existe a Lei Áurea
do Brasil, e outras semelhantes em outros países.
Os novos escravos são apanhados nas universidades,licenciados com altíssímas classificações.
Vivem em hotéis de luxo.Movem-se nos corredores do poder.Vestem-se pela moda de Paris,Madrid ou Roma.O transporte deles não são os navios negreiros,são os aviões particulares,transatlânticos de luxo.O conforto de confortadíssimos gabinetes.,Não cortam cana,Plantam cacau ou colhem café.As ferramentas deles são complicados sistemas electrónicos.Gerem fortunas sem conhecerem os donos. Os outrora cânticos de saudade da sanzala,são agora os sons sem sentido das discotecas caríssimas,com entrada reservada.Os bordéis de luxo.Move-os o dinheiro,o prazer em sentido,o fervilhar das viagens,os grandes negócios,uma vida de ostentação sem sentido,vazia de tudo.Cheia de nada.Os donos mandam .eles obedecem.
São estes os novos escravos.Escravos em dono,com futuro muito efémero.curto, pendente dos resultados.Se se pode chamar futuro.
Passado algum tempo,ninguém se lembrará deles?Faltar-lhe-há o verso sublime de Castro Alves.A prosa de escritores imortais,que deixaram escritas em letras de ouro paginas da vida dos outros escravos,que a história já mais apagará.
Estes, os novos escravos,continuaram a ser simplesmente escravos,que a história não recordará.