Uma revolução literária e cultural no Brasil 

     Quero desenvolver um tema interessante a todos os escritores que não conseguem espaço no mundo literário e assim, vive continuamente com o titulo de escritor amador, sem poder dedicar totalmente à arte de escrever. 

     Porem, antes queria fazer algumas reflexões para entrar no tema especifico; 

     Quando uma classe está sendo descriminada ela faz passeatas, expões varias reivindicações procura chamar atenção da sociedade para o problema. Atinge este objetivo ou por meio de manifestações satíricas ou por meio de greves, de invasões. Enfim, fazem manifestações de diversas formas. Para cada tipo de reivindicações há mobilizações específicas. 

     É sabido que os escritores iniciantes, anônimos sofrem muito a discriminação tanto das editoras que não abrem espaços para eles tendo apenas uma visão mercantilista, e ainda também sofrem com a discriminação do Estado, pois este não discute e nem cria políticas publicas de incentivos à inserção de novos escritores. Desta maneira, empobrece a cultura literária nacional tirando o direito e o incentivo de muitos escritores. 

     É comum escritores iniciantes serem convidados para participarem de diversas antologias. Embora este expediente até certo ponto seja interessante, na maioria das vezes não passa de mercantilismo de seus idealizadores, pois, é cobrado dos participantes valores altos por pagina, e pouco retorno ao participante. 

     Segundo uma pesquisa há quase 9.500 escritores que expões seus escritos na internet. Praticamente, quase a totalidade destes escritores é composta em sua maioria de amadores. Escritos estes que estão espalhados por vários sites, inclusive literaturas que são emprestadas para serem divulgadas na rede de computadores mundial sendo usada por diversos seguimentos conforme a necessidade e o interesse. 

     Escritores amadores que estão na internet com milhares e milhares de visitas em seus sites; escritores com livros produzidos através publicação independente, e, no entanto, não conseguem espaços no mundo literário para se profissionalizarem, e assim sem poder enriquecer mais ainda a literatura com tempo disponível. 

     Se analisarmos bem, um país com quase 200 milhões de habitantes estes números de escritores é pouco ou quase que insignificante em relação ao que deveria significar leitura para o desenvolvimento cultural da sociedade. Porem se hoje for contar os escritores profissionais que já conquistaram seus espaços a quantidade é irrisório e medíocre. Talvez seja por isso que determinados eventos se convida escritores internacionais, trazendo à tona a verdadeira pobreza literária que o Brasil se encontra. Tudo isto devido ao mercantilismo e a falta de políticas públicas literárias culturais existentes no país. 


     É deprimente, mas diria que no Brasil infelizmente temos o escritor de segunda classe, pela falta de acesso as editoras, e por falta de políticas de incentivo à escritores iniciantes. 

     Vi uma matéria na TV Cultura e isto certamente deve servir de estimulo para todos aqueles que escrevem, tem livros ou ainda não publicaram pela falta de condições financeiras. Deveria se usar de algumas idéias para se fazer uma revolução cultural literária e também protestar de maneira positiva a falta de políticas de incentivos aos novos escritores. 

     Penso que todos os escritores amadores, iniciantes deveriam também criar a Semana Nacional do Livro – somente para escritores amadores – com feiras, espaço cultural para debates, peças teatrais, fóruns de discussão. Enfim, uma mobilização geral para levantar a questão formando uma revolução literária em nosso país. 

     Há varias editoras que publicam livros independentes e para elas seriam as mais beneficiadas com eventos desta natureza. Acredito que elas seriam patrocinadoras de um evento como este, bem como outras empresas e instituições que também se beneficiariam. 

     Está na hora de deixarmos o comodismo; parar de ficar reclamando das editoras comerciais e unir as forças, cada um usando o momento certo e as ferramentas oportunas para transformar esta triste realidade literária que estamos vivenciando. 

     Acredito que com o esforço, o pouco financeiramente de todos os escritores amadores e somando patrocínios de empresas interessadas se pode promover eventos como, por exemplo, a Semana Nacional do Livro sendo cada ano mais atrativo, evolutivo e revolucionário.
Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 10/08/2006
Reeditado em 23/08/2007
Código do texto: T213303