Qual a cor do verdadeiro mal?

Na semana passada meu filho cobrou-me em tom de urgência que eu deveria escrever sobre as pulseiras coloridas.

“Pulseiras coloridas?!” Confesso que não tinha conhecimento algum sobre tal adereço e, muito menos, sobre o seu significado e, que estavam querendo proibir o uso das tais “safadinhas” dentro das escolas.

Humm... Quando não se sabe muito (ou nada) sobre o assunto, o melhor é manter-se calado até o momento certo. Até você ter o conhecimento necessário para poder opinar. Foi o que fiz.

Agora que já sei do que se trata me sinto pronta para escrever que, o antagonismo de comportamento exigido (por alguns) nesta sociedade me deixa simplesmente perplexa.

Ora, estão polemizando um modismo de cores com conotação sexual enquanto a televisão escancara o sexo aos nossos filhos diariamente a partir das 18 horas?!!!!

Querem proibir que adolescentes usem pulseirinhas coloridas com medo que deturpem o conceito de moral, enquanto Pedro Bial fica aplaudindo a bebedeira e a promiscuidade que acontece no seu reality show e, consequentemente, dentro das casas destes adolescentes?!!!!

Querem que meninos e meninas tenham comportamentos cabíveis à sua imaturidade, enquanto as novelas ensinam que para “ir para cama” basta entrar num quarto?!!!!

Não, eu não sabia nada das tais pulseirinhas. E penso que se eu ainda não sabia, é porque elas não estão causando tanto mal com se teme. Para o verdadeiro mal que tenho visto, ouvido e lido não há sequer uma ameaça de veto ou punição. O mal de verdade não possui nenhuma cor, e só por isso não causa polêmica?O mal de verdade continuará escancarado para quem o quiser usar?

Sexo?!!! Desde quando isto é tabu no Brasil?

Basta pensar no que os jovens vêm assistindo, ouvindo e aprendendo como sendo cultura brasileira!

Sexo, senhores, senhoras, políticos e professores; tem sido o aperitivo, o prato principal e a sobremesa de tudo o que se tem feito neste país para chamar a atenção e ganhar dinheiro, o resto sim é brincadeira.

Então, a pedido de meu filho e da meninada que usa as tais pulseirinhas por modismo (sem intenção nenhuma de maldade sexual), escrevo que isto tudo é uma grande palhaçada!

Qual o adulto (bem informado) não sabe que a palavra, “PROIBIDO”, é, sempre foi, e sempre será, a porta de acesso favorita dos jovens?

Sem dúvida nenhuma, todos os pais, mães e educadores que já têm um trabalho danado em direcionar os adolescentes (em meio a tanta sacanagem permitida) para o caminho certo, irão tirar de letra a orientação sobre o uso das tais pulseiras “perniciosas”.

Não precisamos de lei alguma! Afinal, proibir nunca deu o resultado esperado, mas educar sim!

Léia Batista

www.jornalsemananews.com.br- pag 12-

Léia Batista
Enviado por Léia Batista em 11/03/2010
Reeditado em 11/03/2010
Código do texto: T2132902