O que perdemos por nao refletir sobre os sentimentos...
Talvez uma das coisas que eu menos tenha feito ao longo de minha vida, tenha sido ser injusto com que assim me foi, mas de algumas formas fui. Eis, portanto, o motivo maior da minha certeza que ora acolhe-se em meu coração.
Penso em reescrever páginas já rabiscadas pela minha consciência, mas isso não será ao certo, o que escreverei, sinceramente nem eu sei o que reescrever. Penso até que parei na hora errada, ou certa? Eis a questão. Questão que muito facilmente se responde. Queira eu assim, apenas fugir das verdadeiras respostas, essas que emergem do meu interior, e pedem para serem repensadas.
Mas agora há pouco falei em reescrever, de fato reescrever o quê? A história que absurdamente me abate a vontade de voar em busca de outros braços. Braços que me afaguem pelo que sou, como eu sou, e não pelo que desejam que eu seja. Às vezes tenho a sensação de estar antecipando a minha crucificação voluntariamente.
Desta forma, é bem verdade dizer que devo me entender como pessoa, para que depois eu possa entender os semelhantes. Falaram-me um dia de um sentimento chamado amor, e eu tolamente ignorei a troco de nada, exatamente o nada que hoje me faz falta. Queria que as circunstâncias pelas quais não aprendi, ou não permiti que me ensinassem esse tal amor, me trouxessem de volta a oportunidade de me achar nesse meio, assim iria eu, um pouco mais atencioso, observar cada detalhe de um complexo que muito pouco observei. Será que não observei porque fui fiel a mim?
Não quis me enganar, nem tão pouco enganar a uma outra pessoa, a mesma que tentou me ensinar o sentimento do que me reprimiu. Amei pouco, bem menos do que, por atenção mínima, deveria. Tenho certeza que fui justo, não brinquei de amar, apenas desisti de conhecer, porque não me sentia seguro do que queria e da pessoa.
Ora, sinto em meu peito pulsar as marcas dolorosas de um AMOR. Amor esse que me levou a uma imensidão pela qual caminhei, sem que eu me desse conta. Assim fui apenas me deixando consumir pelos desejos de permanecer em companhia do que me restou, preenchido pelas palavras mágicas do amor.
Agora, portanto, entendo o quanto e como fiz uma pessoa sofrer, derramar lágrimas no mar de pouco caso que criei e a pessoa involuntariamente recebeu. Não há palavras certas ou erradas, não há saída para justificar. Não sei se fico, ou se vou na esperança de reescrever as mesmas páginas que andei rabiscando, aquelas de quem falei no início.
Cada um sabe de si, talvez alguns finjam não se conhecerem para perceberem o erro do outro. Com amor não se brinca, com amor não se desconversa. Amor é AMAR e amar é respirar o mesmo ar, pulsar sincronicamente os corações. É melhor refletir o amor como ação, do que magoar um coração.