QUANDO CHICO CÉSAR ME TIROU DO SÉRIO E ME FEZ PENSAR EM 
                       VOCÊ



Confesso que o dia estava para lá de chato, calor infernal, nada pra fazer, então estirei a mão e peguei na estante o primeiro livro que alcancei e nele encontrei Pascal e a sua máxima de que o coração tem razões que a cabeça nunca poderá compreender.Voltaire e a sua certeza de que podemos pela palavra e pena, tornar os homens mais esclarecidos e melhores e Rousseau com a sua firme confiança no sentimento de fraternidade para reconciliar os elementos sociais, como bem retratou na sua Dissertação Sobre a Origem da Desigualdade, onde argumenta contra a civilização, cultura e ciência e se posiciona a favor de uma volta às condições naturais, como os selvagens e os animais, coisa que Voltaire contesta e tenta convencer Rousseou de que o homem vive melhor na civilização do que na selvageria, mostrando que o homem é um animal de rapina e que a sociedade civilizada significa um acorrentamento desse animal, uma diminuição de sua brutalidade e a possibilidade de seu desenvolvimento, através da ordem social, e das alegrias do intelecto.

 
A esta altura depois de ouvir os argumentos de Voltaire, enfiei o meu anarquismo no saco e cai de cara no velho círculo vicioso: os homens fazem as instituições e as instituições fazem os homens.
 
Quando já estava por sair porta fora na base do grito de LIBERTÉ, ÉGALITÉ, FRATERNITÉ, eis que uma vozinha de nordestino me chama
 atenção pela canção que canta e que começa assim “É só pensar em você que muda o dia”. Então, parei e pensei... O dia mudou. Mandei às favas Pascal , Voltaire, Rousseou e fiquei a ouvir trezentas vezes o Chico César dizer na sua cantiga que não quer nem pensar se é certo de querer e se a chuva cair e o sol não sair penso em você...
 
Como costuma repetir uma amiga minha, que você não conhece... o amor é lindo, com o que concordo.
Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 11/03/2010
Reeditado em 11/03/2010
Código do texto: T2132025
Classificação de conteúdo: seguro