Diálogos de bar 2

- Eu sou mais o Taj Mahal.

- Que nada! Prefiro o Torre Eiffel.

- Olha, é que vocês não conhecem ainda o Louvre, lá tem uma cerveja escura e quente direta da Escócia!

- Olha a Mara! E quem é o cara?

- Não sei.

- Ah, deixa pra lá, olha o jeito, deve ser cabeleireiro, o Tom ainda tá salvo dos chifres. Mas não escapa por muito tempo, ela é boapracaralho!!

- E bota caralho nisso ...

- Pôrra, não aguento mais bar com TV a cabo com futebol, é sempre a mesma coisa, atrapalha o papo, distrai das verdadeiras boas discussões da vida, mulher, dinheiro, aquecimento global, sucessão do Lula, quem ganha o BBB, essas coisas ... Betão, aquela loura naquela tulipona new wave, sacou? Legal! Pois é ... hein, o quêê? Pôôorrraaa! Como é que o corno do Adriano me perde um gol desses? Caralhooo!! Corno, safado, mercenário, vashcaíno! Ah, meu coração rubro-negro não aguenta mais outra dessas lambanças ...

- Legal pra caramba.

- Toma mais essa.

- Minha nossa! Melhor ainda, mais ... como que eu vou dizer.

- E essa? Cuidado, que o Homero tá entrando, esconde, já. Ele não pode ver, senão estraga o nosso negócio.

- Deixa comigo.

...

- Pronto, vamos recomeçar?

- Certo, quanto que eu te devo?

- Bem, esta última é a mais cara, você concorda?

- Claro, raríssima, Zizinho com a camisa do São Paulo!

- Pra compensar, leva esta do Leônidas da Silva, dando a bicicleta que o imortalizou, bem baratinho, eu tenho duas; pela nossa amizade, tá sabendo?

- Legal.

- Barbaridade, eu aqui no Rio me sinto assim, meio ...

- Deslocado.

- É.

- E você não quer, quem sabe ...

- Não.

- Eu tenho mil garotas.

- Não.

- E rapazes, também ...

- Eu vou dar um chute nos culhões daquele cara.

- Por que, meu?

- Olha o jeito que ele tá me olhando, sou macho, cara.

- Eu vou lá.

...

- Troca o farol de milha pelo pisca-pisca, mano.

- Hein?

- Ele é míope e a namorada quebrou os óculos dele numa briga por causa da Salete, lembra dela?

- Coitado!

- Como que eu faço pra ir pra Glória sem passar pela Tristeza?

- Só se você passar pelo Dilúvio. (aquele bar em P. Alegre, lembram?)