MALDADES JUVENIS
A mãe de um amigo do nosso grupo de adolescentes, Dona Eunice, senhora elegante e bonita, todos os dias saía pra lá e pra cá em seu carrão, para a feira, supermercado, cabeleireiro, chá com as amigas. Dizíamos que seu nome completo era Dona Eunice Passos Dias Aguiar...
O pai de outro, trabalhador e riquinho, já estava careca. Nos referíamos a ele como ‘aeroporto de mosquitos’ ou ‘nem tudo que reluz é ouro’.
Ali por perto morava um rapazinho que nuca se juntou a nós, não sabemos por quê. Quando ele passava sério e compenetrado, sempre do outro lado da calçada, dizíamos: lá vai o Perigoso...
Meu pai, baixinho e que fumava charutos, era o Charutinho...
Um dos amigos do meu irmão Macu (de Macunaíma) era o Fanta...
E a nossa vizinha do lado, muito falante e bravíssima, tinha o apelido de dona Rina, de Catarina. Mas nós, inclusive seus filhos, a chamávamos de dona... Ceronte!
Isso sem contar as meninas que não eram da turma e paqueravam o João. Sem dó nem piedade, chamadas de Joanétes...