NO CEARÁ É ASSIM
Fortaleza está molhada. Molhada de suor. Um lençol de calor se abate sobre minha linda e amada Fortaleza, a loira desposada pelo sol do meu Ceará agreste. O sol se esconde. Nuvens negras, pesadas escurecem o céu, mas não se rasgam, não desabam em águas sobre nós. O mormaço é constante, calor de frigideira em fogo de achas de mororó. Todo mundo bebendo água como jumentos de lote, bando de avoantes em beira de rio. Lagartixas, calangos correndo em dois pés com medo de queimar o bucho. Galinhas se aninham perto de geladeiras temendo parir ovo cozido. O calor dança na nossa frente deixando-nos tontos, lerdos. Bebe rios inteiros o sol, a sede é grande, nem ele aguenta. Muitos esperam por um milagre: chover no dia 19 de março, dia de São José. Caso não será sede, sede e caganeira...
Fortaleza está molhada. Molhada de suor. Um lençol de calor se abate sobre minha linda e amada Fortaleza, a loira desposada pelo sol do meu Ceará agreste. O sol se esconde. Nuvens negras, pesadas escurecem o céu, mas não se rasgam, não desabam em águas sobre nós. O mormaço é constante, calor de frigideira em fogo de achas de mororó. Todo mundo bebendo água como jumentos de lote, bando de avoantes em beira de rio. Lagartixas, calangos correndo em dois pés com medo de queimar o bucho. Galinhas se aninham perto de geladeiras temendo parir ovo cozido. O calor dança na nossa frente deixando-nos tontos, lerdos. Bebe rios inteiros o sol, a sede é grande, nem ele aguenta. Muitos esperam por um milagre: chover no dia 19 de março, dia de São José. Caso não será sede, sede e caganeira...