NOSSO AMOR NO JORNAL (BVIW)
 
 




Ele escreve o primeiro nome no lugar da assinatura e lê mais uma vez...

Discutir relação não é o meu forte! Você bem sabe, foram precisos quatro meses para digerir sua carta aberta com nosso amor no jornal. Tenho direito (ou seria dever?) à resposta, mas a verdade é que apesar de não ser o Lula, não sei nada quando o assunto somos nós. Haja nós!

Confesso minhas defesas mornas e bizarras. Fiz do caminho uma planilha onde aparecem as tais prioridades para tocar a vida, minha cara, meu amor, minha amiga! É o que procuro fazer entre a ginástica e os mil compromissos de quem trabalha em televisão. Você casou sabendo que não haveria fim de semana garantido. Nem dia santo!

Entretanto está coberta de razão: casamento complicado. E estamos neste barco conscientes de que amor não é passaporte. Remamos para lados opostos e assim, não vamos mais a lugar algum. A paisagem não muda, nem nossos problemas tão antigos, sempre iguais. Essa mesmice poderia ser reconfortante como uma agenda segura que, enfim, indica a hora de voltar para casa! Olho o relógio. Há anos não chego cedo!

Tanto tempo que não temos tempo! E-mails não compensam minha ausência, mas ainda assim, escrevo para desejar bom dia, mando um beijo e envio a mensagem! E ainda que soe piegas, não estou pronto para dizer adeus enquanto você não parece disposta a esperar. E agora? O que faço deste bilhete rabiscado com palavras perdidas? Então, poderia jurar ter escutado tua voz rouca: - Envie para o jornal.





(*) SE GOSTOU DESTA CRÔNICA, LEIA TAMBÉM "JORNAL EMOCIONAL" PUBLICADA EM 09/11/2009 COM A CARTA QUE INSPIROU A RESPOSTA DO PERSONAGEM DESTE TEXTO.




(*) IMAGEM: Google

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Dolce Vita
Enviado por Dolce Vita em 09/03/2010
Reeditado em 11/03/2010
Código do texto: T2128846
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