O DIA INTERNACIONAL DA MULHER

É provável que a mulher comum hoje em dia, nem tenha se preocupado com a data, a não ser pela incessante e maciça propaganda da mídia, em virtude da venda de produtos e do merchandising da nova postura feminina. Como tudo na vida tem dois lados, o lado bom de tudo isso é chamar a atenção para a força de trabalho da mulher, da capacidade e inteligência e do chamamento à igualdade salarial, que em muitas profissões ainda não é bem resolvida. Por outro lado, como em todas as datas comemorativas, há a invasão de produtos destinados à mulher, que em sua maioria, seria plenamente descartável. De todo modo, resta a lembrança e esta é sempre bem-vinda.

Mas quem é a mulher brasileira do século XXI? É a mulher ativa, integrada na sociedade, com liberdade plena em decidir o seu futuro, a sua vida, em tomar conta de seu corpo e de seu pensamento? É a mulher forte, decidida, trabalhadora, capaz? É a mulher que multiplica as funções, somando-as além da profissão, com as de dona de casa, mãe e esposa? É a mulher dirigente, política, batalhadora? É a mulher independente financeira e emocionalmente? Ou a mulher submissa, alicerçada no medo do futuro, frente à miséria das favelas das grandes cidades, onde os filhos se proliferam e os problemas também? É a mulher de iniciativa, mãe e avó, filha e neta, aprendiz e mestra? É a mulher vitrine, que desfila a última Louis Vuitton e aparece na Caras? Por certo, são todas elas, uma única mulher, a mulher que vive e sobrevive as façanhas da vida diária, como todos os indivíduos, com um handicap: enfrentar este ranking desenfreado, com muitas maneiras de olhar, de ver o outro, de assistir, de fazer várias coisas ao mesmo tempo e também se emocionar, e sorrir, e chorar, e gritar, e assumir e viver. Uma mulher que sangra o sentimento todos os dias e desenvolve uma carapaça que a protege e protege os seus, pois sabe, talvez por instinto apenas, que é preciso ser forte e doce para sobreviver. Esta é a mulher que convivemos e que amamos. A mulher feminina que nos agrada, que nos atiça e nos embrulha num pacote pequeno, pronto a ser desembrulhado quando deseja. A esta mulher forte, desejo votos de alegria e muita vitalidade neste dia e em todos de sua trajetória. Pois a ela, devemos todos, e nela, sem dúvida, confiamos.

08/03/10

Gilson Borges Corrêa
Enviado por Gilson Borges Corrêa em 08/03/2010
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