Hoje foi um dia quase normal.

Acredito que tenha sido um dia quase normal para quase todas as mulheres.

Quase normal porque, com ou sem restrições ao caráter comercial da data, temos que encarar o fato: é o “Dia Internacional da Mulher”.

Quase todas as mulheres porque não nos esquecemos das barbáries, mutilações, mortes por apedrejamento de seres humanos que ousaram nascer no feminino e, pior, optaram por viver o feminino.

Quase, porque não é sempre e, muito menos todos os dias que recebemos “parabéns” do porteiro, do caixa da padaria, do atendente do banco, do rapaz do cartório, do segurança da escola e a lista vai longe.

Também não é sempre que nossa caixa de correspondência fica tão cheia de lindos cartões – com a devida propaganda, é claro – de lojas, prestadoras de serviços, empresas de telefonia e, a lista, aqui também, vai longe.

Também não é sempre que recebemos uma rosa no posto de gasolina, um brinde especial na farmácia, sorrisos e gentilezas especiais de pessoas com quem temos contato quase diário.

E isso é bom, ou melhor, é muito bom. Não, é mais, é ótimo.

É ótimo receber atenção, gentileza, sorrisos; a sensação é maravilhosa e fica melhor ainda quando retribuímos ou simplesmente agradecemos com um mais simples ainda, porém mais autêntico sorriso.

O mesmo sorriso com que todos os dias cumprimentamos, agradecemos, nos relacionamos enfim, com as pessoas e com o mundo.

Não, nossa vida não é perfeita, nosso humor nem sempre é bom, as coisas não são sempre como gostaríamos que fossem e lutamos muito para chegar onde estamos agora. Mas chegamos.

Então, se nesse momento, pouco podemos fazer por aquela parcela de mulheres que não podem viver em paz sua feminilidade, sejamos, plena e descaradamente, mulheres todos os dias.

Inclusive hoje.