Pequenas delícias cotidianas

Poucas coisas nesse mundo são necessárias para me deixar feliz.

Livros interessantes, uma coca cola enquanto almoço e um par de chinelos assim que ponho os pés em casa (quem tem que trabalhar de social dá um valor para o chinelo gasto que você nem imagina!).

Prazeres como chegar em casa depois de um dia daqueles, abrir o lap e deixar a mente fluir são um dos luxos ao qual me dou direito. Acredito que todos deveriam exercitar suas mentes como medida de manutenção da própria lucidez, sem contar que é delicioso.

Somos (ou deveríamos ser) maquininhas incansáveis de um sistema que necessita que estejamos sempre alinhados e impecáveis, profissionais e lineares. Montamos um palco para nossos clientes e chefes, somos figurantes do espetáculo dos outros na maior parte do dia.

Mas ao chegar em casa...

Que delícia ouvir o riso do filho, a festa do cachorro, o gato se enrolando nas tuas pernas, ver que na tv está passando aquele filme que você sempre dorme antes do fim, mas que hoje quem sabe você termina..

Que sonho é chegar em casa e jogar tudo pra longe, sapatos, bolsas e aborrecimentos.

Ter direito de ser quem você é, e se quiser ver todas as rodadas e replays do brasileirão, depois ouvir o noticiário esportivo e ainda conferir a tabela no dia seguinte no jornal.

Conseguir chegar em casa e assistir o último capítulo daquela novela que você acompanha mais do que a sua própria vida, para no dia seguinte destrinchar todos os acontecimentos na hora do almoço com as colegas.

Pequenas delícias como estar morto de fome e comer miojo ou pedir uma pizza só por preguiça de fazer comida.

Só posso chegar a conclusão de que ser feliz é prestar atenção nas pequenas coisas, fazer das pequenas alegrias grandes prazeres e jamais ignorar um bom e velho chinelo no fim do dia.