Pensei e mudei, mas me arrependi, ou não...
Não sou pedra, logo posso rolar morro acima.
Penso, logo não tenho medo de voltar atrás.
Longe de ser o autor deste pensamento, será que ainda temos algum pensamento original nestes tempos de internet em que a comunicação é livre e fácil? Bem, mas a autoria não interessa, é de um pensador alemão, salvo engano. Adotei o para justificar as mudanças constantes dos meus pontos de vista em debates. Coisa que gosto é de discutir e costumo "perder", pois complementando este pensamento inicial, procuro entrar nas contendas ideológicas primeiro ouvindo e procurando enxergar com os olhos dos adversários a situação em debate. Não me considero vencido quando me convencem do contrário, acho um ganho. Mas, não é o pensamento comum, perco muito da credibilidade por causa disto. Vejam, por causa do gosto das contendas, fui escolhido como representante sindical. A polêmica, que por coincidência foi levantada por mim, era: a utilização do dinheiro do sindicato para premiação ou para incentivos às artes, coisa que me insurgi falando que isso era desvio de finalidade. Fomentei o debate, consegui uma participação record dos servidores da minha unidade para me apoiarem numa fala em assembleia. Aqui em Minas é comum, uma herança de Trancredo, irmos para uma assembleia apenas para convalidar o que foi decidido na antevéspera, e de antevéspera me convenceram que a arte ou investimento na arte é o melhor meio de mudar a imagem da minha classe. Desde eras priscas, as artes têm sido um meio de amansar, ou melhor, civilizar os homens, bom isso é discussão para outra crônica, enfim, mudei de posição.
Na Assembléia, ao ser chamado, senti o reboliço na platéia, enfim uma opinião contrária, na tribuna comecei o discurso com o pensamento inicial desta crônica, espanto e decepção geral dos meus representados, maldito pensador alemão...
Agora para manter a coerência das minhas incoerências vivo a repetir este mantra "Não sou pedra....