UTILIDADE DA VIDA.

A todos foi dado por Deus uma missão, mesmo àqueles que estão distantes da Grande Energia por falta de capacitação para procurá-la, uma insuficiência espiritual, de certa forma com origem na mesma insuficiência dos neurônios.

Devemos agradecer diariamente esse ministério. Inimporta qual é a missão, todos tem a sua delegação. O sentido da utilidade está ligado à missão, mas a delegação maior é viver, ser e fazer, existir em matéria para sublimar em espírito.

Até mesmo o sentido negativo da existência tem a sua utilidade que é didática, o não dever fazer, vivendo o que muitos vivem em inutilidade, para si e para a sociedade. Ao nosso alcance posturas de conduta norteiam o traçado do certo e do errado na experiência do convívio, desde quando o homem se despojou da inocência sustentado no livre arbítrio. Lá estão as balizas para o homem medianamente inteligente. Trabalhar, produzir, ser útil, não concorrer com ação ou omissão para contrariar o que é visível a todos em termos de solidariedade, caridade, assitência, igualdade, enfim, mínimo amor.

O antepositivo “con” leva à aspiral de conflitos; inúmeros. Viver em sociedade, viver em família.É a eterna impossibilidade de harmonizarem-se todos. A missão está ligada sempre, quase exaustivamente, ao antepositivo que rege o convívio dos homens em suas várias projeções, um epicentro social.

Temos assim o sistema familial, o conjugal que dele decorre, o condominial com a sociabilização da propriedade que se verticalizou e tantas outras parcerias na sociedade em geral que são nascedouro de conflitos.

Estamos na quaresma, época de ressurreição; morrer para viver!!

A nova vida que Cristo viveu corporalmente para demonstrar sua existência, a vida eterna, se descerra. Sua celebração sufoca a matéria, cristaliza a redenção, demonstra a serenidade que agoniza na arrancada para a paz que não sofre nem faz sofrer, que ultrapassa a carne, que vê morto o corpo onde mora a inutilidade, a doença, o vício, a maldade, o desamor e a morte. Seu amor pregado abraça as amplidões da compreensão permanente que se doa sem fronteiras, o amor ao próximo.

Seja possível a todos ver na face da ressurreição uma nova oportunidade para limpar nosso interior, fazer penitência e acionar a consciência na busca do perdão pessoal por sermos e termos sido inúteis, nada termos feito quando podíamos fazer, pelo próximo, por nossa família, pela sociedade, para não nos dar trabalho, aborrecer, irritar.

Que busquemos trabalhar para o próximo ora em diante como penitência pelo que não fizemos por omissão ou fizemos erradamente, trazendo sofrimento, desamparo e dor. Essa a mácula que enodoa o convívio, principalmente pelo desamor desnecessário, sem conhecer o sol do entendimento, tão fácil de distinguir e aceitar.

Que existam espaços para a luz que pacifica e compreende, única maneira de respeito ao que é bom. Já pertencemos à eternidade, com ou sem utilidade na vida, poucos disso se apercebem.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 08/03/2010
Reeditado em 08/03/2010
Código do texto: T2127070
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