Dia da Mulher - 2010

Todo ano reflito e escrevo sobre as mulheres. Talvez seja melhor reformular a frase. Claro que durante todo o ano reflito e escrevo sobre as mulheres. A mulher é a grande musa da humanidade (não me refiro à Lady Gaga) e não há mais nada de especial nisso! O que quero dizer é que todo ano reflito e escrevo sobre as mulheres no famigerado “Dia da Mulher” e, como sempre, chego a mais uma conclusão não conclusiva. A conclusão desse ano é “Não é toda mulher que merece um dia. Mas todo dia merece qualquer mulher que seja.”.

A leitora, ferrenha feminista, não chegará nem ao presente parágrafo. Provavelmente, ao ler a minha conclusão não conclusiva, já explodiu a tela do computador, mastigou a folha de papel ou incendiou o escritório. O fato é que a ejaculação precoce mental é um problema assexuado e o feminismo ferido é pior do que o esquecimento do nome no momento mais inoportuno. O feminismo ferido veste na mulher o cabresto da impulsividade e da ignorância. Pois bem, a leitora mais paciente e amadurecida sabe que a primeira impressão raramente é a definitiva e que o tempo resolve quase todas as questões (eu já expliquei o “quase todas” em outra ocasião).

Assim, a minha conclusão não é machista e nem oriunda de sonhos promíscuos de um homem de quase meia idade (sempre difícil dizer isso, mas me contento por ser um quase distante), virilidade evidente e dias vazios a serem preenchidos com fugazes orgasmos. Se bem que poderia muito bem ser e sem qualquer desmerecimento ao ideal feminino. Mas o pensamento significa alguma coisa além do mero preenchimento do ócio com a infinidade de prazeres só proporcionados pelo sexo feminino. Significa que não há um dia na vida de um homem que seja digno de ser vivido se não tiver ao menos um contato feminino, qualquer que seja a mulher e o tipo de contato. E os leitores vão se perguntar em coro “Qualquer tipo de mulher? Incluindo as traidoras, desvairadas e as prostitutas? ”.

E eu vou responder “Claro!!! Todas elas. Incluindo as psicopatas, neuróticas e tantas outras que o leitor deve conhecer”. A mulher, no meu entender, não precisa ser venérea e muito menos etérea. Ela só precisa permanecer complexa e incompreensível. A mulher é a criatura que perpetua a magia e o encanto no mundo, nem sempre com a beleza, mas sempre com a complexidade e produzindo aquela sensação de que é preciso muito mais do que uma vida para a plenitude de seu entendimento. Não sou hipócrita. Eu adoro as curvas e todo o resto. Mas a indispensabilidade da mulher vai muito além da formosura e a felicidade com o seu convívio vai muito além da horizontalidade da cama. A magia das mulheres enfeitiçou a humanidade e mergulhar nesse mundo enfeitiçado é ficar mais próximo da flâmula que impulsiona e anima a vida.

Tudo bem. Agora o leitor já entendeu por qual motivo eu disse que todo dia merece qualquer mulher que seja. Mas e a primeira parte da conclusão? Não é toda mulher que merece um dia? A resposta depende do interlocutor. Eu tenho a sensação de que a vida é breve demais e que os segundos são preciosas e únicas oportunidades. Não é o fato de possuir um delicado órgão sexual que torna a mulher merecedora de quaisquer de nossos dias! Embora dependa do contato e da convivência com a magia e complexidade de todas e quaisquer mulheres, não dedico um dia de minha que não seja para as mulheres especiais de minha vida. Isso inclui todas as mulheres que são donas de meu coração das mais variadas maneiras! Para elas, não congratulo pelo Dia das Mulheres, mas, em segredo, dedico-lhes todos os dias de minha vida.

Um beijo carinhoso para as mulheres especiais de minha vida,

IGOR TENÓRIO LEITE

08 de março de 2010.

Igor Tenório Leite
Enviado por Igor Tenório Leite em 08/03/2010
Código do texto: T2126902
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