(HOMENAGEM AS MULHERES) A presença feminina na vida do homem
No encontro com a sublime necessidade de o homem ter com quem possa ele frutificar-se em benefícios à humanidade, encontramos a presença feminina em sua vida. Seja qualquer espécie de relação que os mantenham: mulher esposa, mulher mãe, mulher amiga... É ela sempre o equilíbrio de sua existência...
Há uma infinidade de exemplos de homens que só se tornaram o que foram graças à presença feminina em suas vidas... Pretendo destacar três exemplos: um religioso, um poeta e outro político. Começo então pela seguinte frese: “guardiã por excelência de tudo que é mais sagrado”. Era assim que o Mahatma Gandhi observava com àqueles olhos neutrais a presença feminina em sua vida. Graças à compreensão desta “guardiã por excelência“ o Mahatma conseguiu lavar até o fim o seu ideal de liberdade ao povo indiano do domínio britânico por meio da não-violência.
A presença feminina na vida do homem exerce tanta influência que, o “poeta dos escravos” dividido entre o amor a mulher e o sonho de liberdade padeceu-se quando ela, que também dividida pelo teatro e o amor ao poeta escolheu o teatro, por uma atitude rude de ciúmes. Mas até ali, muitas conquistas já havia realizado ao beber inspiração no seio de sua Nini. “Nini formosa! Por que assim fugiste?/ Embalde o tempo a tua espera conto./ Não vês, não vês?... Meu coração é triste/ Como um calouro quando leva ponto.”
No mesmo tempo que marchava “o poeta dos escravos” no confronto direto contra o sistema escravocrata vivia paralelamente outro gênio de nossa história, “o pequeno grande homem” que revelou seu país ao mundo quando embaixador, aclamado pelo povo a “Águia de Haia”. O fantástico Rui Barbosa, que assim falava: “Meu pai me deu o caráter; minha mãe me deu o coração, e minha mulher a âncora do meu coração e do meu caráter. O que a ela devo é tanto que toda a minha vida a ela imolada seria apenas uma exígua parte da minha dívida.” Quanta beleza em suas palavras e em suas ações!... Uma fiel declaração de amor àquelas que afiguraram decisiva importância a sua vida de entrega a um ideal humano... Não era necessário somente o caráter de seu pai, era preciso o coração daquela doceira que em dias difíceis, exaustiva à beira do tacho de doce, garantia uma pequena renda a assegurar a tranqüilidade da família... Ah, a esposa!... A tão meiga namorada que em outro momento dizia Rui apaixonado: “... o meu orgulho, a minha estrela, o meu anjo, aquela por quem eu vivo ainda; porque hoje não trabalho, não luto, não aspiro nada senão com ela, por ela e para ela...”
“Mulheres de aço e de flores” Bela definição poética do filosofo padre Fábio!... De aço quando o filho ao seu colo escorre o sangue à humanidade!... “Mulher eis que renovo todas as coisas!” De flores quando gentilmente nos trazem um pouco de carinho... Era assim tia Julia, curvada na sua velhice do corpo, de mãos trêmulas, alma juvenil, trazia-me um copo de leite quando a crise asmática me acamava... Naquele leite havia dozes de amor na medita certa, não custava recobrar minhas forças... É assim minha mãe quando meu coração vai nada bem: O que ta acontecendo?... Eu conheço quando tem alguma coisa errada... E eu, justifico com um simples “nada” o que o coração de mãe já sabe.
Mulher de aço, aquela poetisa que cativou o coração do poeta com seu jeito simples, que mesmo diante de sua enfermidade tão danosa mostrou-me que a vida não é assim tão complicada, e que “o mundo não é magnitude da Terra, e sim, as fronteiras do seu (meu) próprio Universo...”
Mulheres que passaram e deixaram marcar felizes na minha vida!... Mulheres que permanecem a me acolher no coração... De aço e de flores, sempre de amores! Sempre mulheres!...