A primeira impressão não é a que fica!
O que será dito a seguir poderá ser considerado, por alguns, como o “velho senso comum” ou princípios óbvios e simplistas. No entanto, são indicações com profundas raízes psicológicas. Não se pode garantir que elas nos levarão a um estrondoso sucesso social, mas, com certeza nos ajudam a construir uma convivência humana mais verdadeira do que a que nos oferecem os meios de comunicação de massa que nos prometem o sucesso desde que vistamos esta ou aquela roupa, ou nos tornemos consumidores de tal ou qual bebida ou se dirigirmos este ou aquele carro.
Quando conhecemos alguém, iniciamos o relacionamento porque simpatizamos pela sua beleza, pela sua inteligência, ou porque temos algum interesse de negócio em comum, por exemplo. Mas à medida que desenvolvemos este relacionamento surgem novos dados, novas qualidades, surgem defeitos, objeção de gostos, etc.
A menos que se queira viver isolado do mundo, cada um de nós enfrenta, dia a dia, o problema do relacionamento humano. Na vida social e nos negócios, a maneira de tratarmos os outros e de como este reage ao nosso tratamento são fatores capazes de influenciar a felicidade e o sucesso pessoal.
Para que haja um relacionamento humano satisfatório é necessário, principalmente, agir e falar de tal maneira que as relações se tornem mais tranqüilas, eficazes e agradáveis. Este processo é mais ou menos inconsciente e depende, em geral, de uma personalidade equilibrada e bem integrada. Mas existem alguns detalhes com que, se dermos mais atenção a eles, teremos melhores resultados neste sentido.
A primeira coisa é colocar-se no lugar do outro. É muito comum as pessoas analisarem uma situação sob dois pontos de vista: o delas mesmas e o ponto de vista errado. Na verdade, o esforço no sentido de ver as coisas sob o ponto de vista do outro é um dos primeiros requisitos para um bom relacionamento. Em geral as pessoas que alcançam maior grau de convivência, são aquelas que demonstram um sincero interesse pelos outros. Em qualquer situação de dificuldade ou discussão, é impossível chegar-se a uma solução satisfatória, se não levarmos as outras pessoas em consideração. É necessário fazer-se uma avaliação de todas as opiniões. Podemos nos fazer esta pergunta: “É possível aprender alguma coisa a partir desta opinião contrária à minha?” Esta tomada de atitude nos conduz à tolerância, à simpatia e à compreensão, qualidades estas que devemos cultivar para que possamos Ter relações pessoais com alto nível de satisfação.
Reconhecer os méritos alheios é outro ponto importante. Existem pessoas acostumadas a censurar mais do que elogiar. Quando algo nos desagrada, facilmente escapamos do nosso controle, no entanto é quase certo que raramente vamos dizer alguma coisa sobre os méritos do outro. Valorizar atitudes como singelas palavras de estímulo, muito obrigado, uma simples gentileza, uma tarefa cumprida com sincera boa vontade, são coisas que, embora parecendo pequeninas, merecem o nosso reconhecimento.
Nos dias de hoje, tornou-se comum aceitar a maioria das atitudes como naturais ou normais; isto é mau porque as pessoas ficam sem saber se o que elas fazem ou dizem causam o mínimo de boa impressão nos outros. É claro que não vamos fazer aqui uma referência ao louvor servil e exagerado, porque este não pode enganar a nenhuma pessoa de bom senso. Mas uma palavrinha de incentivo, às vezes, ou o reconhecimento sincero de algum feito, pode significar muito para alguém.
Sebastião C. Borges, baseado em texto de M.Fischer.