OS DIAS DE QUARESMA

Nesta era tecnológica, a comemoração de Páscoa continua a ser tradição, agora distanciada de simbolismo cristão, desde a via-crucis de Jesus rumo ao Calvário depois da traição de Judas Iscariotes, até o martírio da Crucificação. O que vemos são as lojas repletas de apelos profanos, presentes e ovos coloridos, que nem todos podem levar para casa, mas, aos quais é quase impossível fugir com o risco de cometer “sacrilégio” contra os que aguardam a dádiva.

A Semana Santa é parte do calendário mundial, denominada quaresma por acontecer exatamente quarenta dias depois da quarta-feira de cinzas e já existe há milênios, representa a comemoração da saída do povo judeu do Egito em busca da terra prometida. Na época anterior, significava a comemoração da primavera pelos pastores nômades. Dizem as Escrituras que a cena da Ceia Larga aconteceu na festa pascal de Cristo com os seus Apóstolos.

Atualmente, festeja-se porque faz parte da tradição católica, muitas vezes não se tem consciência de seu real significado. Sobretudo nas crianças prevalece a crença do coelhinho que deve trazer ovos de chocolate e presentes, senão a Páscoa deixaria de existir.

Perdeu-se na confusão de lembranças o tempo remoto em que predominava o misticismo e a simplicidade durante esse período. As procissões de Ramos e de Aleluia, o tremeluzir de velas e os cânticos sacros, o despertar na madrugada alviçareira do Domingo de Páscoa, dia de reunir-se famílias inteiras. Era emocionante romper o dia cruzando o umbral da igreja, ao som de sinos e de cânticos, com a certeza de receber na volta para casa, as bençãos de entes queridos.

Deste tempo místico, resta hoje o apelo de Nova Jerusalém tentando reviver no seu monumental teatro ao ar livre, a Via Sacra vivida pelo Nazareno.

MCC Pazzola