UM HOMEM MUITO BOM

 

Quando ainda menino, aqui na cidade onde moro tinha um senhor que andava pelas ruas, e eu como todo garoto criado com vó e com tias, ao ver este senhor corria chorando. E assim o tempo foi passando, então só muito depois é que vim compreender que seu Joaquim, era porque não um homem muito bom e que nada tinha para que eu assim sentisse medo dele.

Pois naquele tempo por essa época do ano corria um boato que andava pelas redondezas um homem de barba longa e negra, com um saco muito grande, pegando menino treloso, e eu como podem perceber era um menino nem tão quieto como são os meus netos.

Eu, dizia sempre para minha vó que ia pra casa de uma tia, e no meio do caminho desviava para outro lugar, para nada mais nada menos jogar uma pelada com outros companheiros. E assim, quando de repente percebia que Japão da Loura, era o nome de seu Joaquim, aparecia na rua, não tinha outra coisa que me botasse corrrendo para casa, pois este tinha a fama de ser Papa Figo, aquele cara que pegava as crianças pra tirar o seu figado e restante fazia mingau.

Seu Joaquim ou como queira Japão da Loura era porque não um bom senhor, um homem trabalhador, mas por andar com um saco nas costas, tinha a fama daquele que não sabia fazer o bem a ninguém, era bicho papão ou coisa bem igual. Coitado desse homem ele era muito temido por tantas crianças.

Quando não queria decerto fazer minha lição de casa, tantas coisas minha vó dizia que eu me sentia tão indefeso que tinha receio que este também não pegasse o meu irmão, que apenas era bem menor que eu, mas que fazia coisas bem piores.