VARINHA DE CONDÃO

Uma de minhas amigas estava escrevendo sobre uma princesa que vivia num lindo castelo, junto com os pais, o rei e a rainha... Na história não tinha fadas, tinha um feiticeiro. Ele não era mau, até fez um milagre. O problema é que ela – a autora – escrevia em francês, e acabou me pedindo socorro: não lembrava direito algumas expressões, uma delas era a varinha de condão. Condão quer dizer presentear. É virtude especial ou poder misterioso. Em francês se chama baguette magique.

Vocês sabem que esta é a varinha das fadas, representada com uma estrela na ponta. Tocando nas coisas e nas pessoas, tem o poder de transformá-las. Pode fazer um sapo feio virar um lindo rapaz, uma casinha pobre virar um palacete e assim por diante...

Fada é uma entidade fantástica – só existe na fantasia, na imaginação da gente. É uma mulher de extraordinário encanto e beleza, dotada de poderes sobrenaturais. Nas histórias ela sempre usa a varinha de condão para fazer o Bem.

Acontece que outras mulheres - feias, rabugentas e diabólicas - também costumam usar essa varinha para praticar o Mal. São as bruxas, as feiticeiras. Além disso, elas sabem preparar poções naqueles caldeirões pretos. São bebidas feitas da mistura de um monte de ervas e líquidos amargos, capazes de envenenar uma princesa e deixá-la adormecida por uns vinte anos. Para desfazer o feitiço, só mesmo o beijo do Príncipe. Mas o Príncipe não passa por acaso ali onde a moça adormecida repousa, ele vai até lá porque uma fada, sem que ele perceba, indica-lhe o caminho.

Como os contos de fada são muito antigos, era sempre assim, o príncipe é que salvava a princesa. Se fosse nos dias de hoje, eu diria que o contrário também podia acontecer. Uma princesa encontrava um príncipe adormecido e conseguia salvá-lo. Mas para despertá-lo tinha que beijar. Sem o beijo, nada feito.

E a varinha mágica? Não seria bom se pudéssemos ter uma igual a das fadas... Já pensou?

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Texto publicado na Usina de Letras (Infanto-juvenil) em 13/02/08