A MULHER E O TEMPO
Quando será que começamos a envelhecer, ou melhor, a tomar consciência do tempo que já vivemos neste Mundo?
Embora todos saibamos que começamos a envelhecer desde que nascemos, relutamos muito em aceitar o que é uma lei justa como todas as leis da natureza.
Palmilhamos todos a mesma estrada, mas, não sei por que, não queremos admitir que já estamos lá na frente.
A mulher se desespera com os primeiros cabelos brancos que indiscretos querem revelar que ela não é mais uma mocinha.
É fácil! Basta pintá-los e esquecê-los.
Mera ilusão! Se ela quiser enganar alguém, (geralmente ela quer enganar a si própria) não consegue seu intento a menos que se mude para um salão de beleza e fique o tempo todo vigiando a cabeleira.
E as rugas, então, chamadas com muita propriedade de marcas da idade?
Para estas ela tem o recurso da cirurgia plástica que a deixará com cara de boneca, mas tudo bem! Ser chamada de boneca é quase um elogio!
Ao aproximar-se dos cinqüenta, chamada de meia idade (como se a nossa probabilidade de vida fosse cem anos) ela reluta em admitir que subiu mais um degrau, ou seja, completou mais uma década de vida. (meio século!)!
Vocês já repararam como tem mulher com quarenta e poucos anos?
Dizem que a idade traz sabedoria, mas eu acho muito forte essa expressão.
Traz-nos, sem dúvida, uma compreensão e uma conformidade com os fenômenos que são inevitáveis.
Sentimos, então que há no âmago de nosso ser, alguma coisa imutável.
Somos a vida toda a criança que fomos um dia, que gostava de brincar e de chupar balas; o jovem cheio de sonhos. Sonhos que sabemos hoje serem impossíveis de realizar (ou, será que sempre o soubemos?).
Não importa. Foi bom ter sonhado e ainda é bom conservar esta capacidade de criar um padrão de felicidade para almejar.
Mas o tempo continua sua marcha inexorável, sessenta, setenta, oitenta...
Parece que cada vez passa mais rápido, como se tivesse pressa em ver o nosso fim.
No entanto, isto nunca acontece.
Somos imortais!
Nosso corpo físico é como um casaco velho, mas confortável do qual não nos queremos separar, mas que, sempre chega uma hora que não dá mais para usar e somos obrigados a despojar-nos dele.
E uma nova e misteriosa vida começará, então, para nós.
***
Sinais da idade:
Começamos aparentar idade avançada quando:
1 – As pessoas insistem em nos chamar de “senhora”.
2 – Alguém nos oferece seu lugar em um coletivo.
3 – Numa reunião informal, todo mundo sentado em banquinhos, alguém aparece com uma cadeira mais confortável para nós.
4 – A mocinha do Supermercado ou do Banco nos convida a passar para a fila especial.
5 – Nosso médico nos pergunta: "A senhora sabe me dizer que dia é hoje?"
6 – Um engraçadinho qualquer nos chama “carinhosamente” de vovó.
Quem quer continuar a lista?