DESILUSÃO AFETIVA. COMPUTADOR. INTERNET.

Por qual razão escrevemos é fundada interrogação.

Quem fez da vida leitura permanente necessariamente irá escrever, por profissão ou diletantismo, desde jovem. Muitos o fazem por distração como hoje se verifica na internet.

Indiscutível ser grande válvula de escape , o "colocar para fora", como ensina Lacan, discípulo de Freud, um laboratório existencial nos tempos modernos de grande proveito que sublima o intimismo, sendo o veículo conquistado na antena um grande mobilizador de realizações irrealizáveis antes, ao menos no espaço emocional de dizer a muitos o que não se falava a ninguém.

EXISTE UMA PAREDE QUE TUDO PERMITE!

Como tudo na vida gerou bônus e ônus, mas, força dizer, muito de positivo trouxe para o pisiquismo patológico que tornou-se mais saudável, melhor dizendo e definindo, menos doente.

Tirou muitos da depressão máxima não admitida e da clausura patológica forçada para a interloução diária com tudo e todos, mesmo que formando um novo vício de rotina que agride menos que a doença de origem.

É inegavelmente o lado bom que ajuda o lado péssimo da vida de quem nada vivia, apartado do mundo.

Muitos escrevem por profissão, outros por não terem outro combustível pela vida inteira, profissional, emocional e espiritual.

A alma precisa do próximo para dizer suas agruras, nem que seja fictamente, o "botar para fora" limpa, é psicanalítico, ciência um tanto ultrapassada, é como lavar o que se quer e não se conseguiu, ser o que não se foi e almejar na ficção a realização pessoal que vaza na imaginação e faz a verdade pessoal, mas conforta o deprimido, assiste o desassistido, se faz companhia do solitário, amor de quem representa desamor pessoalmente.

E O MAIS IMPORTANTE, TRAZ ENORME OCUPAÇÃO TERAPÊUTICA, ENVOLVIDA NA DISTRAÇÃO DA INTERLOCUÇÃO CRIATIVA, QUANDO NÃO INCIDE EM DESPOJAMENTO DA VONTADE POR VÍCIO, QUE REPRISA O ESTADO PSICÓTICO, AGRAVANDO-O OU NÃO.

Recebi um email afirmando desilusão com as mentiras da internet em interlocução afetiva. Abordava artigo meu dizendo estar eu pleno de verdades afirmadas quanto à falta de identidade na internet e suas consequências, me pediu aconselhamento.

Orientei em simples consideração. Disse então: Senhora, se não se pode confiar em quem está em nossa frente como confiar na ficcão publicada na internet onde todos os "loucos" se manifestam?

É preciso estar alerta com o que escrevem hoje na internet. Há de tudo atrás desse gigantesco e falso biombo.