Maria

Acorda pela manhã e prepara o café dos filhos, uma pílula em jejum, duas depois das 8:00, é o ínicio da rotina de Maria.

Pega pela mão e leva para a escola, Antonio tem oito anos, André seis, os dois são irmãos e adotados.

O Marido de Maria faleceu há dois anos, e agora Maria é quem cuida dos meninos.

Mas hoje o caminho é outro, Maria tem consulta médica, e por isso não vai trabalhar.

Pega duas conduções, vai em pé na primeira, senta na segunda, na hora do almoço Maria descansa e toma um comprimido, disfarça, ninguém repara em Maria.

Os meninos hoje não busca, vai chegar tarde, apenas em tempo de passar no mercado e preparar o jantar,a vizinha ajuda, sempre ajuda.

Por fim a consulta chega, o doutor Maria já conhece, ele perguntas as coisas de sempre e Maria sente-se grata por poder responder, ao menos, as coisas de sempre. Podia estar melhor, mas esta bom como esta, pensa Maria.

Um visto para o remédio, um aperto de mão, um adeus, talvez? Maria sai.

Já esta tarde, Maria nem percebeu, pensa que os seus dias correm, toma outro remédio. Outras duas conduções para voltar para casa, desta vez, vai em pé.

Passa no mercado, compra o leite dos meninos, pensa se estão bem. Assim, faz uma pequena e gostosa caminhada pelo bairro até sua casa, duas depois da esquina.

Bate na vizinha, antes mesmo de chegar em casa, agradece e sorri, os filhos beija. Cansada, Maria entra e prepara o jantar, come com as crianças e os coloca para dormir.

Por fim deita e descansa, sem medo de dormir, sabe que tem um dia cheio pela frente, por isso fecha os olhos.

Maria é feliz.