Carta de indignação

Curitiba, 25 de fevereiro de 2010.
Carta de indignação
A quem possa interessar.
1° -
Quero aqui expressar minha indignação a minha revolta pelo que vem acontecendo comigo e minha esposa.
Sou aposentado e adquirimos uma casa pelo SFH através da CEF, pelo prazo de 20 anos.
Hoje eu já estou com 70 anos de idade e estou terminando de pagar o financiamento da casa própria, feita por equivalência salarial.
Acontece que recebo boleto para pagamento da prestação apresentando um saldo devedor altíssimo.
A pouco tempo um perito (Engenheiro) da CEF foi a nossa residência e fez uma avaliação do imóvel de aproximadamente R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais) e saldo devedor simplesmente é de R$ 260.000,00 (duzentos e sessenta mil reais).
Propuseram-me um desconto significativo e o saldo ficou em R$ 109.000,00 (cento e nove mil reais) financiados em 10 anos, que é o máximo de tempo que a CEF pode fazer nesse caso, levando em conta minha faixa etária, e com uma prestação de aproximadamente R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais) mensais, praticamente um novo financiamento da mesma casa com um agravante que é do meu salário que não comporta e não suporta essa prestação.
É bom lembrar que esse saldo devedor vem sendo corrigido rigorosamente todos os meses e anos pelos índices actualizadíssimo e sem nenhum erro de cálculo
Conforme reza no contrato, ao termino dos pagamentos acordado, esta estabelecido que altomaticamente o saldo devedor torna-se outro financiamento que foi pela instituiçao financeira implantado em 84 parcelas de absurda prestação de R$ 5.500.00 (cinco mil e quinhentos reais), sem me consultarem, sem saber se tenho ganho suficiente para assumir uma divida dessas, ficando a divida de aproximadamente 500.000,00 (quinhentos  mil reais), que a grosso modo da para comprar 3 casas iguais a minha. Não é um abuzo absurdo. 
2° -
Visando garantir nosso futuro na velhice mais tranqüilo, venho pagando a mais de 25 anos um pecúlio (CAPEMI), que era o prazo estabelecido para requerer a pensão que pudesse dar um pouco de conforto na terceira idade, e para minha surpresa quando fiz o requerimento para receber o tão esperado benefício mensal, me apresentaram um insignificante valor de aproximadamente R$ 100,00 (cem reais).
Pergunto o que será que aconteceu com as correções que deveriam ser pelos índices atuais como aconteceu nas correçoes das  prestações da casa própria, porque, que quando é para algum órgão receber os cálculos saem em dia, e quando é para pagar os cálculos saem defasados.
3° -
Onde esta o respeito da cidadania, da liberdade, da dignidade, da integridade, da educação, da saúde.
Direitos fundamentais e individuais, sociais cabendo ao Estado a Sociedade a responsabilidade pela proteção e garantias desses direitos que se relaciona com o nosso bem estar, físico, mental e espiritual.
Assegurados por Lei ou por outros meios, todas as facilidades para preservação de sua saúde em condições de liberdade digna.
Garantir nossos direitos e com prioridade, a inclusão social e não a exclusão.
Sem opressão, com prioridades em procedimentos e execução dos atos e diligências judiciais.
Todos esses direitos fundamentais foram frutos de mobilizações de aposentados e idosos e iniciativa do projeto de Lei 10.741 de 1° de outubro de 2003, que dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dão outras providências.
Logo agora que estávamos nos preparando para desfrutar de uma velhice calma e tranqüila, principalmente saudável, tenho que me envolver com esse problemão.

Vou citar aqui trechos de uma entrevista dada por um professor de Sociologia da UNB.
Sobre Cultura e diversidade brasileira

Interlocutor pergunta:

184 anos de independência o que mudou na identidade do povo brasileiro.

Resposta:

Se eu entendi bem você disse 184 anos de dependência não conquistada como praticamente todos os direitos nesse pais foram outorgados justamente em função da lógica de neutralização dos protestos populares e também eventualmente de opções que pudessem configurar-se como lutas populares.
Pergunta:

Atribuir a que Mudança de comportamento.

Resposta

Somos filhos da escravidão
Não somos um país democrático
Não há cidadania nesse país.
São discursos cosméticos, vazios, somos um povo prostrado, nossa vontade é defenida pela classe dominante de forma que esse compromisso perverso entre dominado e dominador, marcam profundamente uma psicopatologia da nossa cultura.

Pergunta:

Solenidade do desfile de 7 de setembro.

Resposta:

Se o presidente da Republica desfilar realmente vai ser um momento áureo do desfile porque é uma figura cômica, é uma figura criada com objetivos estratégicos de desvio de tergiversação.

7 de setembro

Sempre pretendeu ser uma comemoração que se caracteriza esforços de independência do Brasil porque todas as forças armadas globalmente são organizações que cristalizão o maior desenvolvimento tecnológico e científico, porque dispõe das armas de dissuasão para o exercício da soberania Nacional.

Não é o caso de nossas forças armadas que estão absolutamente neutralizadas, desmontadas, esfaceladas e será um desfile lamentável como o tem sido alguns anos atrás.



O QUE ISSO TEM HAVER COM MINHA INDIGNAÇÃO.

Tem muito
É que a palavra desse Sociólogo tem crédito, porque me parece ser uma pessoa séria e corajosa mostrando para todos nós que somos manipulados, dominados, somos verdadeiros fantoches nas mãos de nossos governantes, me sinto um nada, todo meu trabalho minha dedicação, meu sacrifício nessa hora foi jogado no lixo.

Desde que me conheço por gente, sempre admirei e tive orgulho do Exército Brasileiro.
Quando ia assistir aos desfiles de 7 de setembro vibrava quando passava por mim todo aquele aparato que simbolizava força e poder e principalmente a garantia e soberania da ordem publica, guardiãs incondicionais dos princípios e valores que forjaram a nacionalidade, defensoras intransigentes da soberania nacional, da verdadeira democracia, do civismo e da igualdade social, sem preconceitos de qualquer natureza, a mais pura e plena representação da população brasileira.

É uma pena  ouvir declarações como esta, vindas de  uma pessoa de tão alto gabarito.
Eu mesmo posso sentir que hoje o nosso glorioso exército parece não ter aquela mesma propriedade de manter a ordem a democracia e até mesmo o respeito.
É uma pena


jcordeiro
Enviado por jcordeiro em 03/03/2010
Reeditado em 13/03/2012
Código do texto: T2117782
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