A MARIA E O DIA DA MULHER
Estamos proximos a data que se comemora o dia internacional da MULHER.
Isso me fez lembrar de uma, que conheci na vila vizinha a vila que morei, em minha infancia.
Seu nome era Maria, ela ate onde me lembro, fazia jus ao nome, era simples e comum como seu nome.
Nao chamaria a atencao de ninguem, nao fosse o que lhe ocorreu.
Era de pouco falar, de nada reclamar, de muito fazer, e de sempre colaborar.
Bonita nao chegava a ser, feia tambem nao seria.
Vaidade nao possuia, seus trajes eram sempre parecidos, vestidos de meia manga.
Com golas, e botoes ate a cintura, sempre com estampas delicadas, e cores pastel.
Nos cabelos lisos, que lhe caiam nos ombros, apenas dois grampos os mantinham presos atras de cada orelha.
Assim era Maria, calma, e quase invisivel, de tao comum.
Nao era expressiva e nem sabia se expressar.
Mesmo assim, sem atrativos fisicos, Emilio se encantou e com ela se casou.
Tiveram tres filhos, que ja estavam crescidos e dois ate casados.
Quando um dia, Emilio chegou em casa, com tres criancas, uma de dois anos , outra de tres anos e um bebe de poucos dias.
E simplesmente disse a Maria, esses tambem sao filhos meus.
A mae deles morreu, a menos de um mes, vitima de complicacoes no parto.
E a vila viu assombrada, a calada Maria, criar e educar com um desvelo sem igual, aos tres meninos.
Que tornaram-se rapazes, e a amaram com um amor imenso.
Chamando Maria de mae, pela vida inteira.
E ela os amava, igual aos filhos que havia gerado em suas entranhas.
E a inexpressiva e apagada Maria, surpreendeu a todos, pela capacidade de amar e perdoar.
Creio que essa Maria, seja uma das muitas mulheres, que merece a homenagem por esse dia.
Sei que inumeras Marias , existem cumprindo papeis dificeis e delicados como o dela, ou ate mais.
Mas essa conheci de perto, e sempre me assombra quando dela lembro, pela sua bondade, resignacao e poder de amar com tanto desprendimento.