Quando o "Jardineiro" chegar
Texto de autoria desconhecida
adaptado por Luiza Gosuen
Quando o "Jardineiro" chegar, esteja preparado para o replantio interior! Se estiver muito improdutivo e cansado devido a monocultura
dos erros cometidos e com produção excassa de boas obras,
será preciso restaurá-lo.
Primeiramente, providencie a limpeza do local, capinando todo ódio, eliminando-o pela raiz. Remova as touceiras do egoísmo. Roce rente a falsidade e a mentira, colocando-as a secar à luz do sol da verdade.
Procure juntar todos os detritos da vaidade e da soberba e faça-os deteriorarem à sombra da humildade bem ao lado de onde descansam os valores reais, numa gostosa rede trançada pelos elementos da santificação.
Incinere gradualmente as atitudes pecaminosas e misture suas cinzas com as folhas caídas das árvores das ilusões, adicionando o esterco
já bem ressecado da cobiça e as cascas apodrecidas da hipocrisia.
Deixe estes ingredientes se decomporem na presença do oxigênio do autodomínio, auxiliado pela fermentação do desapego. Reforce a adubação, incorporando à massa uma base de conhecimento e sabedoria .
E, para agilizar o processo, insira a vida ativa das minhocas que espalham a prudência e facilitam a penetração dos nutrientes da retidão e da dignidade moral, evitando a compactação, no solo, dos nossos defeitos.
Mate o orgulho e utilize-o como forragem, isto evitará a evaporação da modéstia e ajudará a manter o frescor da simplicidade. Para um rápido crescimento das plantinhas do afeto e da moderação, o melhor clima é o da paz e a melhor temperatura é a do equilíbrio.
Após este preparo inicial, are o local com as ferramentas do carinho e da paciência e, nas partes mais duras e rígidas, abra com firmeza e boa vontade sulcos profundos de flexibilidade e delicadeza.
Evite previamente a erosão da discórdia, usando curvas de nível de compreensão. Para garantir o sucesso do plantio e da colheita, escolha sementes sadias provenientes do sementeiro e cultivadas no celeiro do amor.
Elas devem ser totalmente isentas dos aditivos químicos das drogas, e com a alta qualidade germinativa da fraternidade e otimismo, e mesmo em meio às provações e deficiências humanas do agricultor inexperiente, ainda assim florescerão saudáveis.
Alguns dias após a semeadura, ao despontarem os primeiros brotos da fé, regue-os diariamente com lágrimas doces de devoção, mas tome cuidado de desbastar o excesso de sentimentalismo emocional com a foice da razão.
Corte o joio dos vícios com o machado das virtudes e arranque as ervas daninhas do mal com as próprias mãos, usando de delicadeza e benevolência. Com a enxada da disciplina e a pá da determinação, libere a plantação dos entulhos da negligência e do comodismo.
Controle as queimadas das paixões enganadoras, apagando a lascívia com a água fria da renúncia e, para afastar as formigas da insatisfação, espalhe porções de contentamento.
Quando vier os grilos da especulação, solte seus inimigos naturais que são os pássaros da intuição, que devem sobrevoar a plantação bem cedinho, no alvorecer .
Evite os fungos da distração, use um preparo de atenção total, que alerta para os pequenos detalhes que nunca podem ser esquecidos. Extermine as demais pragas da avareza e das trevas, pulverizando tudo com os produtos da caridade.
Quando surgirem as tempestades da tentação, trazendo os relâmpagos da perdição e as ventanias dos prazeres vãos, proteja os rebentos da pureza com a cobertura da austeridade e da oração.
Pronto! Conseguindo fazer todas as etapas e superar as intempéries de todas as estações , em breve estará com seus cestos cheios dos Frutos do Espírito e Deus, "O Jardineiro do Éden", estará satisfeito, pois conseguiu uma boa colheita e preparou mais um agricultor para a boa obra...Você!
O trabalho é árduo e as tempestades da inveja e do mal tentarão te impedir.
Que o SENHOR te abençoe!