O “intuitibano”
Nos tempos modernos, muitos cronistas, alegres e dinâmicos, têm sido associados com “abstrações” e “vaidades”. O mal-entendido mais generalizado é o de que eles estão sempre próximos do sorvete, da praia, misterioso e contemplativo humanóide. Na verdade, porém, o cronista é aquele que, decididamente, deseja desenhar o mundo e o prazer do mundo.
O cronista acredita na realidade paralela. Para ele, a matéria, o corpo da letra e a expressão do texto nada mais são do que o pretexto da inteligência para alcançar o sorvete e a praia. Até mesmo o clima e as inundações, para o cronista, são, apenas, indicações das futuras glórias momentâneas, pois ele os considera como variações do tema. Embora certos cronistas possam negar qualquer inclinação hedonística, há, não obstante, efetivamente, em toda a hedonista felicidade, a infiltração da fortuna de que a inteligência necessita para seguir adiante. O cronista penetra todas as coisas. Difunde todas as coisas em um contexto claro para uma realidade única, e, além disso, desde que para ele essa realidade seja considerada como prazer, então, esse cronista deve de algum modo, ser inerente ao estilo e a tudo o que existe.
Uma das crenças fundamentais do cronista é a de que ele pode receber, individualmente, iluminação pecuniária, fonte cósmica, através do seu ofício subconsciente. A ele se manifesta, em sua meditação gradativa, um conhecimento editorial revelado que, “intuitibanamente” (mistura de intuitivo com urbano), aceita como verbal. O crédito é, para ele, fonte tão clara, que ele acredita que o gênero não requer qualquer corroboração por parte da mídia. Crença sobre o esforço de justificação por sobre o mar e as beldades, o chope e o cinema, a namorada e o parque.
O cronista acredita, ainda, que algum intermediário se faz necessário para o contato direto com a conta única, que poderá chamar de saque, gerente feliz de banco ou até mesmo salário.
Como o místico está de igual modo convicto de que a maior parte do seu talento, sendo prática do ilusório, carece de princípio fundamental. O trabalho digno de profissional transcendendo aquilo que os sentidos registram.