OUTRAS EXPECTATIVAS

Um papo bom depois do almoço na varanda do restaurante à beira mar. De repente o assunto toma um rumo inesperado e o meu interlocutor analisa o comportamento de um parente que se satisfaz com pouca coisa e não esquenta com nada. Na verdade, com o desenrolar da conversa termino descobrindo que se trata do filho. De chofre, ele faz a pergunta que não quer calar. Por que, tendo tudo nas mãos, não se dedica, nem persegue seus próprios objetivos? Olho para o mar, com o olhar arremessado à distância , quase alcançando a África, e balbucio algumas palavras.. O quê ? - pergunta o amigo questionador. Desta vez, sacudindo a cabeça para espantar a sonolência daquela tarde preguiçosa, digo: nossos filhos não passaram pela mesma situação da gente. E continuo: quando tínhamos a idade deles, ao olharmos para o horizonte não víamos nada que pudesse servir de modelo para o nosso futuro; eles quando olham fixadamente para o horizonte nos vêem ali plantados, e isto lhes basta.