INADIMPLÊNCIAS EM QUESTÃO
Fazia muito tempo que não acontecia um fato assim comigo, ou seja, ter uma súbita vontade de abandonar um local onde uma “humilhação” estava sendo arquitetada, programada, alimentada com relação à minha pessoa, inadimplente naquela ocasião, como milhões de outras pessoas, diga-se de passagem. Mas vamos ao que realmente ocorreu (ou não ocorreu?) comigo:
Após pressentir que a responsável da Administradora do Condomínio do Prédio onde moro estava se enaltecendo e querendo me humilhar, contei até dez para deixá-la agir como pretendia, isto é, cortar o fornecimento de água do meu apartamento por inadimplência. Pensando bem, até que ela não estava sendo muito arbitrária, uma vez que já me enviara com antecedência o aviso de corte. Portanto, a tolerância já tinha sido esgotada. Mesmo assim fui tentar postergar a data por mais dois dias, o que me foi negado,incontinenti, sem delongas e justificativas. Como eu estava em débito com aquela Administradora, portanto, errado, fiquei aguardando ali em silêncio resignado a decisão daquela senhora, por sinal, já solicitada duas vez pelo funcionário responsável pela preparação do novo boleto bancário. Mas o seu silêncio era a sua resposta proposital ou não. Se eu não quisesse entender, paciência! Só que, como já passei por circunstâncias similares, tive que “chupar aquela manga”, pois entendi facilmente que ela estava tentando me provar que, pelo menos, naquele momento, ela era a dona da razão. E como havia outras pessoas no ambiente, talvez com problemas idênticos ao meu, não tenho certeza, mas abrir uma exceção para mim naquela hora poderia gerar uma celeuma sem precedentes. Se passou pela sua cabeça que o devedor em questão iria se humilhar com palavras, tal fato não foi cogitado pelo próprio, que preferiu optar pelo silêncio constrangedor. O certo ou errado é que foram 10 minutos longos e que cortariam o âmago de qualquer um como uma lâmina afiadíssima. Mas, é isso mesmo. Na vida,tudo sem preço!
Em síntese: um outro boleto foi emitido com a data do dia seguinte, ficando tudo em meio termo. E pelo visto, ninguém ali naquele momento percebeu aquela transação comercial. Quando dali saí, só pedi a Deus um meio de nunca mais passar por aquilo. Só que amanhã será um novo dia...e o sol nascerá para todos...O que se lamenta, é que os homens é que fazem sombra uns aos outros!...
João Bosco de Andrade Araújo
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