DÚVIDAS

Tenho muitas dúvidas que, imagino, jamais serão dirimidas. São respostas insuficientes a questões que resultam de intrincados raciocínios.

Por exemplo: - desde cedo questionei uma tendência do ser humano, a pretender sempre ter valorizadas suas opiniões, em detrimento das demais. Mesmo que se reconheça, mais tarde, que estávamos errados, o impulso inicial é de certeza absoluta. Em caso esporádico de modéstia, ao declararmos um parecer, ele tende a tornar-se dúbio.

Quantas vezes defendemos ferrenhamente uma idéia que julgamos irretorquível e, pela lógica ou outro fator inesperado, a vemos estatelar-se numa inconseqüência que nem por sombra imaginávamos. Nessas ocasiões, não há quem possa ficar como “dono da verdade”, desde que os contra-argumentos sejam, de fato, consoantes com a realidade e as evidências.

Por diversas vezes fui surpreendida por contrariedades a partir de opiniões com poucas bases, que foram contestadas e me obrigaram a revê-las e, nem sempre humildemente, voltar atrás.

Talvez esta seja uma forma de resposta às minhas dúvidas: tenho razão até descobrir que não a tenho...