Conchavos Políticos
Dizem que alguns candidatos são capazes de pisar no pescoço da própria mãe se este for o caminho para a sua eleição. Aqui, estamos assistindo a uma verdadeira briga de foice para formar as suas composições, os chamados chapões, visando atropelar qualquer adversário que ouse colocar pedras no seu caminho rumo à vitória. Antigos adversários se unem, juntando cobra com jacaré, com se diz na gíria. Alguns ficam em cima do muro, sem uma definição prévia, observando o movimento das ondas, antes de botar a sua jangada no mar. Outro até disse que já havia falado com Deus, mas não podia revelar, por se tratar de uma conversa sigilosa. Com esse adiamento de sua decisão, um seu aliado achou por bem pular para outro barco. Ai, então, vêm as queixas de traição de um casamento que nunca houve. Todos ficam vendo para onde o vento sopra mais favoravelmente, até que trace a sua rota mais certeira.
E nós, pobres eleitores, vamos ficando sem opção de renovação, pois nesses chapões estão sempre os mesmos de outrora. Não aparece sangue novo. O homem simples, cidadão de bem, não tem coragem de enfrentar os barões e os coronéis. E assim a política vai ficando com aqueles que não têm compromisso com a ética e com a administração correta do bem público. Precisamos, então, de uma revolução moral, a fim de que o homem de bem possa chegar ao poder e gerir a coisa pública, conforme preconiza a política na sua essência: o bem comum.