Tudo tem seu tempo. Tempo de ser criança, jovem, adulto, idoso... Tempo de não mais ser.

Tempo, não idade. Pode-se ser idoso aos vinte e criança aos noventa. Não como Benjamim Button, mas como alguém que ainda não viveu o suficiente para perceber que a vida é curta e merece ser intensamente vivida, ou como aquele que já viveu o suficiente para entender que ela exige um desfecho lúdico, alegre, ingênuo.

Porém, não há um tempo para ser feliz ou, pior ainda, um tempo para ser infeliz. Todos os tempos nos dão chances de acertar e errar, todos nos oferecem oportunidades e riscos.

No meu tempo, que sempre é hoje por que o passado já não mais me pertence e o futuro ainda não é meu, eu vivo. E sou feliz. Já fui feliz ontem, provavelmente serei feliz também amanhã. Mas o único tempo em que posso fazer alguma coisa a respeito de minha felicidade é hoje, agora, já.  E o que faço é, freqüente e repetidamente, decidir ser feliz.

Decidir-se pela felicidade já é felicidade, em qualquer tempo. Ao ser feliz por decisão, posso até sentir tristezas, mas isso não me torna infeliz. Mesmo que seja uma tristeza tão profunda  que abale a minha decisão de ser feliz por algum tempo, sei que ela vai passar, como tudo mais no tempo passa.

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Este texto faz parte do Exercício Criativo - No Meu Tempo.
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Ilustração: Zelito Rodrigues para o Rede Agências (Informativo da Rede de Varejo dos Correios) n° 418 de junho/2010, onde este texto foi publicado.