A HUMBERTO, O QUE É DE HUMBERTO
A Operação Vampiro foi desencadeada pela Polícia Federal, em maio de 2004, em várias unidades da Federação com o objetivo de desmantelar uma quadrilha que atuava em fraudes contra o Ministério da Saúde na compra de medicamentos em sua maioria na área de hemoderivados, daí surgiu o nome da operação.
Foram cumpridos 17 mandados de prisão e 42 ordens judiciais de busca e apreensão de documentos e computadores em quatro capitais: Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Recife. Os quais levaram à prisão, empresários, lobistas e servidores, acusados de manipular compras de medicamentos para o Ministério da Saúde. De acordo com os primeiros levantamentos, a ação fraudulenta causou prejuízo de R$ 2,31 bilhões aos cofres públicos entre 1990 e 2004.
Os lobistas eram informados previamente por servidores do Ministério da Saúde, acompanhavam as intenções de compra do Ministério, organizavam-se para apresentar propostas antes dos concorrentes ou manobravam para intervir no modelo da licitação e dos preços. Os lobistas recebiam também pagamento dos laboratórios e, para justificar as despesas, emitiam notas de empresas de consultoria.
A manipulação das compras ocorreria mediante o pagamento de propina, e o centro da fraude seria a Coordenadoria Geral de Recursos Logísticos, que comandava as compras do ministério. O cargo de coordenador era ocupado por Luiz Cláudio Gomes da Silva, nomeado pelo Ministro da Saúde, Humberto Costa. Eles haviam trabalhado juntos na Prefeitura de Recife.
Na época, o então ministro foi à Câmara dos Deputados e, em audiência pública, afirmou que o foco das investigações deveria ser as empresas estrangeiras que supostamente fraudavam as licitações. Na mesma época, em Recife, Humberto declarou: "Fiz as denúncias, pedi as investigações administrativa e policial, e o esquema só está sendo desmantelado porque nós iniciamos tudo."
Humberto Costa assumiu o Ministério da Saúde em janeiro de 2002 e deixou o cargo para assumir a Secretaria de Comunicação do PT e se lançar candidato ao governo de Pernambuco.
Para o candidato derrotado ao Governo do Estado, pelo DEM, Mendoncinha, e para toda a cúpula do Democrata em Pernambuco, depois da derrota de 2006, a pior notícia que eles poderiam receber foi dada na semana passada, quando o Ministério Público Federal pediu a absolvição do ex-ministro da Saúde, Humberto Costa, da acusação de ter participado da chamada Operação Vampiro.
De acordo com a procuradora federal Regina Coeli Campos Meneses, os indícios que serviram de base para o recebimento da denúncia contra Humberto não foram comprovados.
O parecer do Ministério Público Federal precisa ser corroborado pela Justiça, para que todo o processo seja encerrado, mas um parecer favorável dado pelo mesmo órgão que moveu a causa contra o ex-ministro da saúde já é uma prova da sua inocência.
Para Humberto o que houve em 2004 foi uma armação política, “a decisão deve ficar como exemplo para política de Pernambuco, onde muitos só sabem fazer política com agressão e calúnia. Eu estou processando aqueles que me chamaram de vampiro". Mesmo antes do resultado favorável do Ministério Público o ex-ministro já tinha dado entrada contra diversos veículos de comunicação, colunistas e políticos.
“Não tenho sentido revanchista, o que eu quero é que, por intermédio disso, as pessoas passem a ter mais responsabilidade com a biografia do outro. Alguém só é considerado culpado quando a justiça condena”, desabafou Humberto.
Essa prática de derrotar adversários na base das calúnias e difamações é antiga dentro do grupo que hoje integra o DEM. Foi assim que fizeram com Marcos Freire e tantos outros adversários no passado. Só que em 2006 o tiro saiu pela culatra, pois quando os Democratas destruíram a campanha de Humberto Costa, o povo elegeu Eduardo Campos. Com essa eles não contavam.
Com a decisão do MPF, o Secretário das Cidades, Humberto Costa, às lágrimas, declarou: “Esperei por esta decisão com a mesma ansiedade que eu esperei nove meses pela minha primeira filha. É como se eu tivesse nascido de novo”.
O resultado veio em um momento de muita agitação política dentro do PT com uma disputa interna para a chapa majoritária.
O povo de Pernambuco precisa devolver a Humberto Costa o direito de seguir sua trajetória política que foi injustamente interrompida, por calúnias na campanha para o Governo do Estado. Espero que o PT tenha essa compreensão e respeito à vontade popular, o indicando como candidato ao Senado ou a Vice-Governador, para as eleições deste ano.