Degradação Moral do Homem
Entristece-nos ver agigantar-se o descalabro da corrupção em todo o país. Antes, dizíamos que essa conduta nefasta era própria dos políticos, isentando outros segmentos da sociedade. Agora, entristece-nos ainda mais , quando vemos chegar exatamente ao segmento do judiciário, a quem cabe coibir o desrespeito à lei. Juízes e desembargadores são flagrados em tamanhas falcatruas, que nos deixam estupefatos pela degradação moral daqueles que deveriam ser o exemplo de retidão de caráter, cumprindo fielmente a sua missão, na busca da ordem e da disciplina social.
Pior ainda é a triste constatação de que o homem se corrompe em todos os segmentos sociais, independentemente de sua área de atuação, desde que lhe surja oportunidade para tal. Pesquisas revelam que muitos de nós só somos honestos porque não temos meios para a prática da corrupção. Faríamos o mesmo se detivéssemos o poder de comando, aliciando um terceiro para envolver-se numa prática ilícita, sob o argumento da obtenção de vantagens. A corrupção não é um ato unilateral. Só ocorre quando existe a complacência do outro. Se o agente tivesse sempre a negativa daquele a quem se propõe o ilícito, não seriam consumados o ato e o fato.
Ainda bem que a tão propalada impunidade começa a mudar de rumo. Não é só ladrão de galinha que está sendo preso. Que a Justiça possa realmente cumprir o seu papel, imputando a devida penalidade ao infrator da lei, a fim de que os nossos valores morais sejam vistos como uma virtude a ser cultuada permanentemente e não como “os otários da pátria”. Que a ela pensemos em servir e não apenas em sermos servidos. Foi esta a lição de Cristo: “Eu vim para servir e não para ser servido”.