Crónica dos versos e diverso escrever, dum dia de praia.

faz como eu
senta-te na praia
imaginando o poema
ser tudo quanto vês
sentes e idealizas

desde o som das vagas
na rebentação das ondas
até à linha do horizonte
entre céu e mar

vamos deixando versos
percorrendo este assinalado
corpo onde navegamos

até as palavras encalharem
na praia de areia...
 


onde fica semeado o tempo

SER A MEAR O TEMPO 

Dito isto procurarei concluir a minha crónica dizendo que toda a poesia é uma particular leitura do mundo, no que ele tem de mais nu: vivendo o movimento e ritmo de todas as estruturas, onde a linguagem é viagem, sonho e religioso silêncio em muda oração, quando a voz poisa na ara dum altar assente sobre letras. Delas estive, antes de escrever, a receber o Norte, situado a Sotavento no momento, a Barlavento do destino, num Oriente do aqui e agora onde o Ocidente próximo e distinto traça a trama duma fronteira, fazendo de tapete entre o acima e abaixo destas coordenadas do espaço e tempo (aqui, agora) cruza(n)do com a profundidade (aqui, agora, flutuando...) em palavras que vou tentar lembrar para sempre:

mais um poema nu
onde me despi antes
onde me visto agora

enquanto o olhar pára
cristaliza(n)do a Luz

raio breve dum tópico

"U" TÓPICO POEMA


Assim

Já hoje o Assim voltou a escrever,
... assim:

chega-me o que chega,
escrevo um longo romance
num breve poema

a história
é a minha história

a procura dum verso perfeito

LONGO ROMANCE


Assim
Francisco Coimbra
Enviado por Francisco Coimbra em 07/08/2006
Reeditado em 07/08/2006
Código do texto: T211083