Crónica dos versos e diverso escrever, dum dia de praia.
faz como eu
senta-te na praia
imaginando o poema
ser tudo quanto vês
sentes e idealizas
desde o som das vagas
na rebentação das ondas
até à linha do horizonte
entre céu e mar
vamos deixando versos
percorrendo este assinalado
corpo onde navegamos
até as palavras encalharem
na praia de areia...
onde fica semeado o tempo
SER A MEAR O TEMPO
Dito isto procurarei concluir a minha crónica dizendo que toda a poesia é uma particular leitura do mundo, no que ele tem de mais nu: vivendo o movimento e ritmo de todas as estruturas, onde a linguagem é viagem, sonho e religioso silêncio em muda oração, quando a voz poisa na ara dum altar assente sobre letras. Delas estive, antes de escrever, a receber o Norte, situado a Sotavento no momento, a Barlavento do destino, num Oriente do aqui e agora onde o Ocidente próximo e distinto traça a trama duma fronteira, fazendo de tapete entre o acima e abaixo destas coordenadas do espaço e tempo (aqui, agora) cruza(n)do com a profundidade (aqui, agora, flutuando...) em palavras que vou tentar lembrar para sempre:
mais um poema nu
onde me despi antes
onde me visto agora
enquanto o olhar pára
cristaliza(n)do a Luz
raio breve dum tópico
"U" TÓPICO POEMA
Assim
Já hoje o Assim voltou a escrever,
... assim:
chega-me o que chega,
escrevo um longo romance
num breve poema
a história
é a minha história
LONGO ROMANCE
Assim