Tédio...tédio...
Então, o rosto tão familiar à nossa frente transforma-se num desconhecido.
Sabe-se que o que está sendo dito e prometido não será cumprido.
Os sons repetidos não fazem mais sentido.
As palavras são desacreditadas.
É...
As coisas mudam, mas as pessoas não.
E o amor torna-se um martírio.
Tenta-se preservá-lo a qualquer preço.
Ora anulando-se, repetindo-se, e perdendo identidade.
É a natureza humana e seus medos.
Até que se percebe que o amor acabou sim.
E não há nada romântico nisso.
Ao contrário, apenas uma verdade pragmática e palpável.
Frases nunca antes ditas são verbalizadas com determinação.
Dói.
Para as duas partes.
Corações vazios.
E a vida segue.
Falta de cuidado?
Quase sempre.
Amores se perdem, pessoas se frustram, carregam mágoas.
Mas passa.
Não é a toa que amamos várias pessoas ao longo da vida.
Outros amores virão.
Não se morre de amor, mas de tédio.
Tédio de uma relação que ficou morna, dos bilhetes que não chegam e telefonemas formais.
Tédio da falta de esperança e confiança.
Tédio...
Tédio...