A AUSÊNCIA DOS PAIS NA FORMAÇÃO DOS JOVENS

Com raríssimas exceções, só há no Brasil, hoje, duas classes sociais: os muito ricos e os miseráveis.

Essa situação criada pelos altos dignitários da Nação – legisladores e executivos – desestruturou a família que, na ânsia de defender o seu salário real, na luta pela sobrevivência, esqueceu a responsabilidade de educar, preocupando-se, exclusivamente, com o gerar filhos e abandoná-los à própria sorte.

O diálogo foi abolido da sociedade, a começar pelo lar. Pais e filhos só se encontram para discutir, ralhar, brigar. Não há amor, absorvidos que estão na busca incessante do dinheiro, de uma posição social.

Não se fala em Deus, nem em Pátria e muito menos em família. Sozinhos, carentes de afeto, os nossos jovens enveredam por caminhos tortuosos, procurando alívio para a ausência de afetividade nas drogas, no sexo desordenado, na corrupção dos costumes, provocando mortes inúteis, alienação, destruição, guerras e conflitos interiores; é a decadência do ser humano, a falência moral.

Pergunte-se aos pais se conversam com os filhos sobre o sexo desordenado e a AIDS; se estão inteirados da atuação dos seus filhos na escola, como por exemplo: quem são seus professores, quais as matérias em que se destacam, as dificuldades encontradas, as notas que têm conseguido; os planos para o amanhã, os objetivos, a profissão que desejam, os seus sonhos e esperanças. E sobre as drogas? Os perigos que se escondem atrás das amizades, as evidências dos que se iniciam nas trevas dos entorpecentes, evidências que nem sempre se quer atestar, que se prefere fazer de conta que não existem? Quantos responderão afirmativamente que dialogam diariamente com seus filhos sobre assuntos políticos, sociais, culturais; falando sobre saúde, educação, lazer, religião?

Uma reformulação de conceitos faz-se necessária, urgentemente, principalmente no que se refere à reaproximação entre pais e filhos, a retomada de consciência no sentido de que gerar e parir implica numa responsabilidade maior que é o educar, preparando os nossos jovens para uma sociedade mais justa e mais humana.

MARISA ALVERGA
Enviado por MARISA ALVERGA em 06/08/2006
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