AMAR OS OUTROS

 

 
            Amar os outros é belíssimo!

            Quando o amor pelos entes queridos é bom e grande, generoso e se derrama na compreensão da identidade do indivíduo, do seu teor, do seu talento, sua própria força e própria fraqueza, ou seja, quando o amor é amor mesmo, e faz bem para si próprio e para o parente querido, a gente descobre que amar os outros é muito emocionante e rico.

            Estou emocionada aqui deitada, enquanto a TV fala da Revolução Verde, e descanso os meus pés e joelhos cansados e doloridos,

            e o homem do telefone conversa pela janela com a Fran, vindo consertar a linha telefônica,(o Felipe),

            e ela, no umbral da porta se despede de mim, e eu agradeço o papo que tivemos na cozinha,

            e ela fala entre palavras, do perigo do indivíduo apaixonado ficar totalmente dominado pela paixão e, com isso, amar a pessoa errada; coisa que ela falou com tal autoridade confessional de que ela passou por isso,

            tão nova ainda...

            E eu a adorei e amei por tal ensinamento humano.
 
            E no que eu agradeço, ela revida com voz profunda:

“_Não senhora, eu é que lhe agradeço”,


            e tão sincero, tais dizeres entre nós duas!