Servir a Deus e ao dinheiro – Para refletirmos

A campanha da fraternidade esse ano levanta um tema polêmico e atual: A contradição em servir a Deus e ao dinheiro ao mesmo tempo.

Não vou ser hipócrita e dizer que não precisamos de dinheiro, que ele não é fundamental em nossas vidas. Vivemos em um mundo onde o dinheiro reina invicto. Essa é a realidade. Precisamos de dinheiro para quase tudo. Como já dizia uma antiga canção de Sílvio Brito: “Tem que pagar para nascer/ tem que pagar para viver/ tem que pagar para morrer”.

A todo instante nos preocupamos com dinheiro para comprar o pão para o café da manhã, as compras do supermercado, as frutas e verduras nas feiras, as roupas e os calçados nas lojas e os remédios na farmácia. Ainda existem aqueles que tem que pagar o aluguel da casa ou do apartamento.

Isso são apenas algumas das despesas necessárias para se viver dignamente. Se for falar em contas de água, luz, telefone, condomínio, prestações de eletrodomésticos, móveis, imóveis, a lista se estende sem fim. Daí a impossibilidade de não deixarmos de pensar no dinheiro. De precisarmos dele.

Porém, convém ressaltar que não podemos colocar o dinheiro em um patamar que esteja acima de tudo. Infelizmente é o que muita gente faz. Pelo dinheiro pisa em seus semelhantes, mata, rouba e mente.

Devemos buscar o equilíbrio na consciência da necessidade de se ter o dinheiro, mas não se poluir para obtê-lo.

Não devemos amar o dinheiro e sim a Deus, a nós mesmos e a nossos semelhantes.

Como estamos agindo em nossa vida atual? Qual é a nossa relação com o dinheiro?

Estamos dando mais importância ao dinheiro ou à nossa sintonia com o Pai e os nossos semelhantes?

Estamos buscando ter mais dinheiro para conquistar “coisas grandes” ou buscando ter mais amizades para conquistar o amor?

Penso que devemos refletir profundamente sobre o papel que o dinheiro está desempenhando em nossa vida. Precisamos saber se não estamos sendo escravizados pelo dinheiro, se não o estamos servindo.

Do dinheiro devemos tirar a nossa necessidade de sobrevivência que precisa ser comprada. Somente isso. Não devemos nos vender por dinheiro. Devemos conservar a nossa integridade e honradez como filhos de Deus e seres humanos.

Se pudermos ajudar alguém através do nosso dinheiro, Maravilha!

Se tivermos que prejudicar qualquer pessoa para obter esse dinheiro, lastimável!

Não se bate em uma face para depois beijá-la em seguida. Mesmo que você consiga ajudar alguém com o dinheiro que obteve prejudicando outra pessoa, “despir um santo para vestir outro santo” não se justifica.

Que o nosso dinheiro seja fruto de um trabalho honesto e digno.

Que não nos apeguemos ao dinheiro a ponto de recusarmos auxiliar os nossos irmãos, apenas para preservá-lo nas carteiras e contas bancárias.

Que saibamos apreciar o sol, a lua, as estrelas, a chuva, os animais, as águas dos rios e do mar. São dádivas gratuitas do nosso Criador.

Lembremos que podemos comprar quase tudo nesse mundo. Quase tudo por que a coisa mais preciosa do universo nenhuma fortuna compra: A vida!