Vitoriosa

“Quero sua risada mais gostosa
Esse seu jeito de achar
Que a vida pode ser maravilhosa
Quero sua alegria escandalosa
Vitoriosa por não ter
Vergonha de aprender somo se goza
Quero toda a sua pouca castidade
Quero toda a sua louca liberdade
Quero toda essa vontade de passar
Dos meus limites
E ir além
E ir além
Quero ...”
Ivan Lins

Estou escrevendo com a mão direita. Escolha. Sexta-feira fui ajudar uma amiga que chegava em casa com a mãe depois de uma cirurgia, e acabei sofrendo uma queda. Ainda tenho bons reflexos. Pra não bater o rosto numa caixa de madeira, segurei o peso do corpo na mão esquerda. Luxação do pulso. Gesso. Bem, são coisas que acontecem.

Mas estou escrevendo aqui pra dizer o que esta música tem de significado para mim. Ela sempre me foi importante. Hoje é um pouco mais.

Nunca tive medo de tentar ser feliz. De Correr atrás de meus objetivos – objetivos de vidas, objetivos profissionais. Nunca tive medo de falar de amor. Não me protejo. Não me escondo.

Sou. Sou vitoriosa. Sou vitoriosa pelas escolhas que fiz. Por ter tido fôlego pra mudar de vida aos 43 anos. Radicalmente. Por ter abandonado dogmas, e por dizer que amo. Amo sim, e por quê não?

Não vejo a vida como um brinquedo ou com motivos de espera. Não posso esperar e não quero esperar a alegria bater na porta. Eu me entrego nas minhas buscas. Coloco meu coração na ponta dos dedos, nos lábios e nos olhos. E assim vejo a vida.

Não me arrependo de nada que tenha feito. Arrependeria sim, de não ter tentado. De não ter me entregado às coisas boas e ruins que a vida me traz. Olho pro sol todos os dias e não fecho as portas. Faço escolhas sim, e respeito as escolhas alheias. Isto é imprescindível. Mas não me afasto dos esbarrões do dia a dia, porque nestes esbarrões estão nossas chances de sermos felizes.

Sou vitoriosa sim, pelo que tenho, pelo que vivi, pelo que ainda hei de viver. Sou vitoriosa pelos não’s que recebi, e pelos sim’s que ganhei de presente. Sim, presentes. Cada dia vivido foi um presente. Cada pessoa que cruzou meu caminho, foi um maravilhoso presente. Cada vez que disse “eu te amo” foi um verdadeiro presente.

Nunca disse “eu te amo” por mero acaso. As poucas vezes em que o disse, foram profundamente verdadeiras. E se por acaso hoje, eu disser a alguém “ eu amo você “, será verdadeiro. Não me assusta em nada ser verdadeira. Não me assusta em nada amar. Porque amar sempre “vale a pena”, e sofrer e chorar, e sentir dores por amor, mostra-me que estou viva, e que estou neste mundo pra experimentar todos os seus sabores, todas as suas cores.

Luto incansavelmente por tudo aquilo que acredito. Mas também desisto quando sei que não vale a pena. Desisto, mas não desisto da vida, nem de minhas tentativas de ser feliz.

Este é um momento para mim de perceber que não vale a pena travar lutas, que muita coisa ficou para trás, e que devo seguir novos caminhos. É um momento em que estou feliz e que ao mesmo tempo, estou triste. Triste por ter que abrir mão de algo que me fez imensamente feliz, que foi descoberta, que foi importante. Incomensuravelmente importante (Saibam, ó incrédulos!). Porém, feliz porque recomeço. Não vou dizer que sabendo onde não errar. Isso é bobeira. Errarei sempre, e recomeçarei. Este é um princípio de vida. É uma crença. Vitoriosa!

“Quando me perguntam
Se eu estou amando
Logo vem o meu coração e diz:
‘Amo as estrelas, amo certos olhos
amo a quem me faz feliz’”

...

“Não sei se o acaso quis brincar
Ou foi a vida que escolheu
Por ironia fez cruzar
O meu caminho com o seu”

...

Ivan Lins, pra dizer que eu amo!



Fátima Batista
Enviado por Fátima Batista em 06/08/2006
Reeditado em 22/10/2008
Código do texto: T210441
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