A MIRIM GLOBALIZAÇÃO DA GLOBO
Vez ou outra gosto de escrever sobre o que é veiculado através das novelas, porém confesso que ando meio sem inspiração frente aos poucos assuntos que me instigam a crítica do pensamento.
E hoje, na intenção de aqui gerar um questionamento que me intriga abri o computdor e fui a um site de buscas para saber o nome da artista mirim da novela global das nove que encena a personagem Rafaela (Klara Castanho), que tanto elogios tem angariado da mídia e do povo, ao menos, de acordo com o que tem chegado aos meus ouvidos.
Claro, não estou aqui querendo ser do contra, mas como é difícil ser a favor de algo nos dias de hoje.
Mas não temo o caminho da autenticidade, ainda que muitas vezes solitário, e aqui lanço minha ótica, minha opinião e o meu sentimento sobre a personagem da menina, que o acho lamentável pela caricatura forçada, posto que a meu ver expõe a criança em si e a formação das demais crianças adeptas ao vídeo.
É inegável que a força da novela interfere na vida cotidiana em sociedade.
Primeiramente eu tenho uma pergunta a lançar: a nossa jurisdição trabalhista diz que menor de dezesseis anos não pode assumir atividade de trabalho, e que menores a partir dos quatorze apenas podem ser aprendizes. É isso ou não é? Sou leiga no assunto.
Muito bem, atores ou artistas mirins que fazem novelas, então, não seriam considerados trabalhadores?
Ou arte não é trabalho? Ou não há contratos assinados com esses artistas mirins?
E a exposição das crianças aos FORTES contextos dos textos e das estórias? Até que ponto uma criança estaria livre de ter sua personalidade comprometida com o papel que encena?
Separando a artista da sua personagem:
A meu mero ver de espectador, desculpem os que acham o contrário,o personagem da menina é insuportável e desagregador.
Psicologicamente é o retrato científico(embora um tanto apelativo!) duma criança VOLUNTARIOSA, ou seja, dum pequeno ser de ego DISFORME , que domina as situações da vida cotidiana da mãe, manipuladora da vontade dos adultos DO ENTORNO, instigada pela sociopatia da chantagem,aonde barganha vantagens subliminares para si. O que a princípio pode despertar no telespectador uma admiração fente à inteligência da personagem sem que se leve em conta a danosa mensagem da total inversão dos valores sociais, inclusive no respeito que deve reger as relações, principalmente as de diferenças cronológicas entre pais e filhos, e entre adultos e crianças.
Rafaela tenta (e consegue!) ter a situação do outro nas suas mãos e não respeita hierarquia familiar alguma. Enfrenta a mãe e adultos de igual para igual e se torna deveras incoveniente no seu meio, aliás, um meio sem regras básicas, nem éticas tampouco morais, totalmente hostil à sua formação pessoal. Algo de impressionar. Transportando a ficção para a realidade, Dora, a mãe, já haveria perdido a guarda de Rafaela.
Porém, concordo que a menina é um grande artista. Faz seu trabalho com esmero.
Mas quero comentar uma curiosidade: no site de procura pelo nome da artista, vi lá que a justiça já está de olho na situação da menina.
Não li a reportagem, primeiro resolvi escrever meu texto.
Não sei ao certo qual é o questionamento, porém acredito que alguém deva estar preocupado com o que se desenrola no lamentável cenário da novela global.
Fico a me perguntar que tipo de comportamento "globalizado" se sustentará fora das telas da globo.