Em Pontas e Pés

Pé ante pé de ponta passo e plié, ela se estica se esguia diminui aumenta afina a silueta, vai e vem diante dos olhos. Se esparrama no chão parte para se abandonar num salto ao ar, giro em movimento é toda elemento de musica e movimento.

Passando os olhos nesses passos não acredito mais em impossível, não acredito mais em inexplicável. Enquanto ela desliza e flutua diante dos meus olhos; eu vou tendo fé, me convertendo, crendo na religião da dança. Estou sentada, mas meus pés se movem, balançam e ensaiam passos de sua própria dança, sonhando em quem sabe milagrear a coreografia da bailarina.

Enquanto ela dança o coração bate mais forte, os olhos deslumbram e face queima de entusiasmo. Tão bela, tão leve, tão ela.

Minha heroína idealizada tem sapatilha amarrada no tornozelo, cabelo bem preso, purpurina pela face empalhada. Manifesta seus super-poderes através da força da música. Vem bailando ao som das Quatro Estações de Vivaldi e vai dançando ao som da Noite do Castelo de Carlos Gomes, faz um interlúdio entre elas de Vanessa Mae em Tocatta and Fugue in DM. Ao fim do ato o peito dela salta, a respiração quase afaga se levanta e segura as sapatilhas, vai ao camarim deixar seu saiote e coque. Volta a por os óculos, o jeans e o tênis e lá se vão os super poderes

Alias
Enviado por Alias em 20/02/2010
Código do texto: T2098072
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