Refléxo poético
Conhecer um homem em sua existência absoluta, não é uma tarefa considerada vitoriosa, pois somos todos metamorfoseados, oscilantes e de vasta e imensa complxidade.
Se levarmos em conta o pouco que geralmente sabemos a respeito daqules que vivem conosco, que desfrutam de total intimidade com a gnte, podemos concluir que seja impossível, afirmar que conhecemos alguém em sua única e complexa essência.
Brincando com o pensamento, poderíamos dizer que é mais fácil, conhecer um morto que um vivo. Para começar, o homem vivo não completou ainda a sua existência, e nunca pode-se saber de antemão, que atitude tomará diante da próxima crise.
Uns podem reformar-se, outros podem fraquejar, outros ainda podem calar e milhares podem nem se quer esboçar reação alguma.
São tantas as possibilidades que se podem apresentar a um homem vivo, que fica estranho tentar definí-lo. Decifrá-lo. É... a palavra certa seria decifrá-lo... pois existem sempre os segredos.
Os segredos da alma, que são os mais profundos e carregados de veracidade.
Nossa alma é um espelho de múltiplas faces, e impregnada de segredos, dos melhores segredos da vida, dos quais geralmente, só se tornam conhecidos muito depois da morte, razão que faz com que, possamos ter a certeza de nunca conhecermos alguém plenamente.
Atrevo-me a pensar e expor, que realmente conhecemos, os que na verdade absoluta, nós compreendemos e que sinceramente amamos.
Creio que muito se conhece, através do poderoso recurso da escrita. Ela revela intelectos gravados em linhas históricas, seculars.
Eu particularmente amo a escrita e a utilizo com assiduidade, para que fique anexado, todos os recessos do meu espírito. Por isso todos os meus escritos são embebidos d intensa emoção.
As manifestações de espírito, são sempre, sopros do criador na criatura, mostrando a inspiração atuante de almas em uma sintonia, harmônica e conclusiva.
Os pensamentos filosóficamente inspirados, mergulham quase sempre numa profusão de metáforas cheias de sabedoria, de profundezas demonstrativas. Vão assim explodindo o EU de quem escreve. O EU interior de quem está sendo conhecido... desvendado.
Há um ditado chinês que afirma, que só se pode emitir julgamento definitivo sobre um homem, quando lhe for pregada a tampa do caixão.
A vida é como um drama, e só podemos julgar um drama, depois de descida a cortina.
E há uma diferença__ é que a vida humana é um drama, no qual o melhor e o mais seguro dos atores, nunca sabe o que se contém no ato seguinte.
Apesar disso porém, uma vida realmente humana sempre se desenrola, segundo linhas de inevitabilidade, que o melhor dos dramas, apenas se levemente esboça.
Eis aí porque acho incrível vantagem em escrever. Escrever-me...Deitar-me sobre a cama moldada ao meu ser. Como que meu auto-retrato envolto por metáforas, desvendadas por quem atiçadamente sentir-se curioso, apaixonado ou apenas interessado no prazer de descortinar-me...desnudar-me inteiramente.
Escrevo a complexidade íntima de todo o meu temperamento. Sem culpar as estrelas, deleito-me sobre mim mesma, curtindo cada diferente fase, que vem e que passa, num registro ora visível, ora oculta, mas sempre escrita.
Mesmo assim permaneço um mistério. Mesmo assim no curso natural dos meus pensamentos, decorre na escrita, o meu encanto caprichoso e abundante. Talvez um dia algum curioso leitor, registre sobre mim, uma verdade arrancada de meus escritos.
Um dos maiores prazeres de minha vida, é quando minha caneta vai deslizando no papel,exprimindo todo o intrincado dos meus pensamentos.
Mesmo que eu mesma, não possa definir-me completa e absolutamente, quero arrebatar ao universo todos os meus segredos, sendo EU tão somente EU mesma.