CONDENADO A AMAR

CONDENADO A AMAR

É estranho como os sentimentos do passado ficam dormindo dentro da gente, em algum lugar dentro do insconsciente, só esperando uma faísca para despertar novamente tudo aquilo que achavámos que já não morava mais lá.

Basta uma canção, um sopro de pensamento, para que o sentimento uma vez mais nos invada, estabelecendo a lei máxima do amor: nos assuntos do coração, nós não controlamos nada!

Todos sabem que não se ama uma única vez na vida. O amor nos atinge em diferentes intensidades disfarçado por uma diversidade de pessoas que só aparecem em nossas vidas para nos mostrar que estamos condenados a amar.

Ela que já vestiu o meu amor, retornou num sonho. Voltou com toda a força do sentimento que um dia por ela senti, e que depois esqueci, em alguma curva do meu ser; sentimento esquecido, por qualquer coisa que não permitiu a manifestação de uma relação duradoura. Daí, a razão pela qual, acordei com esse gosto dela na boca, na ponta dos dedos, em todas as coisas que tinhamos em comum e deixamos para trás.

E pensar que nem um beijo sequer lhe dei...mas o sonho tratou de corrigir esse defeito e entregou-me as núpcias dos meus desejos, satisfazendo as vontades do corpo que foram negadas, as carências do coração que na ausência da correspondência da amada, condenou esse sentimento ao limbo da minha alma.

Eu a amava, e descobri essa noite, que ainda a amo; pois sou um condenado desse amor. Agora eu sei, que tudo o que sentimos permanece conosco para sempre, incluindo esses amores que parecem ter apenas existido para nos mostrar que não temos mesmo nenhum controle sobre o que sente o coração do outro, mas quem sabe, seja exatamente por isso, que esse amor que começou platônico, vai se tornando pouco a pouco, uma das raízes da árvore do amor incondicional que teremos no quintal do nosso peito, um dia...