TRÂNSITO ASSASSINO
Ouvi notícias, hoje, no Jornal do Almoço, RBS/Porto Alegre, sobre o menino João Vitor, 6 anos, atropelado há pouco mais de um mês. O menino, que estava em coma, abriu os olhos, mas não fala. A mãe não sabe se ele escuta. Com cinco filhos, aos cuidados da avó, a mãe passa o tempo todo acompanhando a criança.
O pequeno João Vitor, que entraria para a escola este ano, provavelmente vai ter uma mudança radical na sua vida. Talvez nunca chegue a frequentar uma escola. Talvez nunca mais consiga se comunicar. Talvez, talvez, talvez. E de tantos talvez, que certamente mudarão por completo os rumos dessa família, que a gente se pergunta: POR QUE? A mulher que atropelou a criança, fugiu do local, sem prestar socorro e vai responder inquérito policial. Pode ser que fique presa, pode ser que não. Mais um talvez...
Eu fico pensando porque a violência no trânsito continua aumentando assustadoramente. Todos os dias se tem notícias desses assassinatos nas rodovias, nas cidades. O cidadão não tem proteção nem nas calçadas e até as casas são "atropeladas" por esses irresponsáveis. Porque, para mim, carro é uma arma. E quem mata no trânsito é assassino. É claro que, conscientemente, não há intenção de matar. Mas, convenhamos, se alguém dirige em alta velocidade, se está bêbado, se ultrapassa em locais proibidos, se não respeita o semáforo, o que se pode pensar? Que a intenção de matar está na irresponsabilidade. Porque o mínimo que se espera de alguém que porta uma arma, é que saiba conduzi-la com responsabilidade e de alguém que dirige um carro, é que conheça e respeite as leis do trânsito.
Essas notícias me causam indignação. Me deixam mal. E acredito que isso ocorra com todas as pessoas sensíveis. Esperava-se que, com a nova lei, diminuiriam os acidentes, mas não foi o que ocorreu. O que é necessário fazer para que as pessoas deixem de perder a vida em situações estúpidas e traumatizantes? A meu ver, a solução está na EDUCAÇÃO. Que seja instituída uma disciplina obrigatória nos currículos escolares, para formarmos uma geração mais consciente através das nossas crianças. É uma solução a médio e longo prazo, mas creio ser o único caminho. EDUCAR PARA RESPEITAR. Quanto a nossa geração adulta atual, não vejo outra solução a não ser multiplicar o valor das multas por dez. PARA PARAR DE MATAR. Porque perder a carteira, ir para a cadeia, pagar uma fiança, um bom advogado e sair, está virando conversa para boi dormir.