MEMÓRIAS DE VILZEDIR MARIA
Algo usurpou minha saúde, juntamente com minha paz interior... A fé como um pêndulo...ora vai...ora vem.. São mistérios da vida...Não podemos fugir deles.
A vida nos coloca diante de situações que não sabemos qual direção seguir. Às vezes me sinto no olho de um furacão tentando sobreviver. Mas nesse momento também percebo uma força maior que me conduz e coloca num lugar sereno...
A boa semente foi lançada, germinou, floresceu e se materializou em forma de anjos. Sim, anjos: a família, os médicos, os amigos e todos aqueles que passaram a me ver com os olhos do coração.
Nesse novo caminho que estou trilhando encontrei cirineus e bons samaritanos, descobri que não estou só nesta jornada. Entendi também... Sinto-me como se estivesse num barco à deriva, sem GPS, bússola e nem mesmo timoneiro...
Inicia-se o duelo da fragilidade humana... Com a vitória do poder de Deus, fico novamente serena e fortalecida para enfrentar as adversidades do dia-a-dia...Nunca estaremos sós se estivermos em perfeita sintonia com Ele...
Bons samaritanos tornaram meu fardo mais leve...e... nesta caminhada, descobri que entre pedras e espinhos, encontrei também perfumadas flores que tornaram as trilhas menos dolorosas...Entra a luta do BEM contra o MAL... Davi contra Golias...
É difícil controlar a mente...às vezes ela nos escapa. Alça vôos e paira em paisagens multicores... Penso: “quero ir para um lugar onde a brisa passe...leve...e... traga os perfumes de outrora...A juventude passa... caminha para a velhice e a velhice para a morte...Ainda sou jovem neste caminhar...
Irmãos chorando às escondidas me fazem lembrar Agostinho: “É impossível se perder um filho de tantas lágrimas..."
A vida é um rio que se depara com obstáculos e pedregulhos. Não desiste, segue em frente e se transforma numa linda e verdadeira fonte de força e de luz.
Sou frágil... a fé que tanto busco diariamente, brinca de esconde-esconde comigo... às vezes encontro-a facilmente, outras, pego-me bastante desolada... É hora de recomeçar...sair novamente à procura do Deus Supremo... Tento então, seguir firme e forte essa “travessia...”
“Pus-me então a considerar todas as opressões que se exercem debaixo do sol... Vi que todo trabalho, toda habilidade reveste-se de sentimentos inferiores”.
Tudo é competição: viver é competir, lutar contra a morte...“Não há nada de novo debaixo do sol...” Tudo passa...passa a dor...passa a alegria...passa também a própria vida...Só a saudade não passa.
CRÉDITOS:
Vilzedir Maria de Sousa Lima, deixou uma agenda
com os registros de sua batalha contra a morte...
Seu calvário foi a luta do BEM contra o MAL: uma
doença que lhe ceifou a vida. Texto montado por
Adalberto Lima.