QUEM NÃO VIVE, DANÇA! (BVIW)




            



Ganhou o primeiro par de sapatilhas aos cinco anos. Quando se deu conta, entre passos e rodopios, integrava o corpo de baile de uma renomada companhia. O convite para dançar no exterior aconteceu tão fulminante quanto o reconhecimento. E a vida desenhou-se na ponta dos pés marcados pela dor e alegria de quem nasceu com alma bailarina.


Entretanto o destino pode ser cínico. Apaixonou-se pelo presidente de uma multinacional no jantar oferecido em sua homenagem por ser a mais jovem, na história da companhia, a tornar-se primeira bailarina. Dividida entre a paixão do corpo e da alma, renunciou à carreira. O eixo de sua vida passaria a girar em torno de festas, eventos e recepções no mundo dos negócios.


Despediu-se dos palcos no compasso de um coração marcado por coreografias. A seu pedido, a imagem, no álbum de recordações, não mostrava o rosto com os olhos inchados e vermelhos. Ela desejava ser forte e assim, a fotografia ganhou legenda com direito a senso de humor. Imaginou um jogador de futebol que anuncia a retirada do campo. No seu caso, no lugar das chuteiras, "penduraria as sapatilhas".


Um ano mais tarde, voltou a dançar ao descobrir a traição do companheiro com a primeira bailarina que a substituiu na companhia.






               (*) TEXTO INSPIRADO NA ILUSTRAÇÃO





(*) IMAGEM: Google

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Dolce Vita
Enviado por Dolce Vita em 18/02/2010
Reeditado em 18/02/2010
Código do texto: T2093364
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