A Indumentária fez Menjou

Adolphe Menjou, segundo aqueles que conhecem um pouco de cinema afirmam, foi um dos primeiros ídolos da tela grande. Porém, para chegar até lá ele lutou muito.

Quando ainda jovem ele trabalhou com seu pai em um restaurante da família, em Nova York, o “Maison Menjou”, que era freqüentado por muitos diretores do cinema, em 1913. Cinema ainda mudo, e engatinhando para se firmar como a sétima arte.

Adolphe já tinha nessa época a grande paixão pelo cinema. Mas como falar a seu pai que ele queria estudar arte dramática, ser ator. Para seu pai era a mesma coisa que falar em corda em casa de enforcado. Foi levando a vida no restaurante de seu pai, que tinha um verdadeiro pavor de artistas. Para ele todos os artistas nunca pagavam as contas que deviam, e dizia que na sua família nunca haveria um ator.

Um dia ele pediu ao senhor Robinson, diretor de um dos primeiros estúdios de Nova York, que lhe desse uma chance, e dias depois ele foi convidado para tomar parte numa película curta, isto em 1916. Desde então foram vários papéis, todos do cinema mudo, pela Vitagraph.

Devia andar sempre bem vestido e com um bigodinho de vilão. Foi realmente o eterno vilão romântico dos primeiros tempos do cinema. Ai ele já era bem remunerado, ganhando algo em torno de 20 dólares por semana. Passou o tempo sempre fazendo filmes curtos, até que em 1929 o cinema passou a ser falado. Então, além da aparência, o ator precisava ter voz forte e bonita, e muitos astros do cinema mudo acabaram no ostracismo.

Mas Menjou falava quatro idiomas; francês, inglês, alemão e espanhol e foi convidado pelo diretor Lewis Milestone da united artists para trabalhar em “The Front Page”.

Menjou continuou trabalhando em muitos filmes junto a grandes astros do cinema como Douglas Faibanks, Pola Negri, Mari Pickford, Charles Chaplin, Wallace Berry e também com os novos astros de Hollywood como Cary Grant, Clark Gable, Ray Milland, Marlene Dietrich, Signe Hasso, Verônica Lake e mais um sem número de grandes nomes do cinema americano.

Menjou era considerado o artista mais bem vestido da tela. Ele chegou a gastar por ano 10 mil dólares em roupas e sapatos. Ele era consagrado pelos alfaiates como um dos atores mais elegantes do mundo.

Certa vez, em Paris, o apresentador de uma homenagem a ele disse: “Tenho a honra de apresentar o grande astro francês Adolphe Menjou”. E Menjou, muito humilde disse: “Muito me horária ser francês, mas sou americano, de Nova York. Meu Pai é francês e minha mãe Irlandesa”.

Assim, escrevi sobre um ator da velha geração do cinema americano, que veio do início da sétima arte. Atravessou o inicio incerto do cinema sonoro e contracenou com vultos sagrados da tela.

Não foi o maior de todos, mas somente o inimitável Adolphe Menjou.

Laércio
Enviado por Laércio em 17/02/2010
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