INCRÍVEIS SEMELHANÇAS

Falaríamos de “incríveis semelhanças” se a verossimilidade não nos lembrasse serem ambas obras do mesmo Criador – DEUS. Falamos da natureza, reportando-nos ao mundo que nos rodeia e o corpo material humano que traz em seu bojo um espírito imortal.

Quando falamos em natureza temos em mente todos os elementos que a compõe. Os quatro elementos, fortes e temidos, água, fogo, terra e ar, põem-nos em polvorosa cada vez que se manifestam, ou se manifestam fora dos padrões da normalidade. Por antagônicos que se nos pareçam, necessária é, nalgumas situações, sua interação para a realização de determinadas tarefas. A azáfama da vida social pede-nos o mesmo ritmo na busca da sobrevivência; e essa busca sugere-nos o amontoamento sempre maior das riquezas do mundo, formando alguns cumes nas já tão altas montanhas, em contraposição às intermináveis planícies que as circundam. Mas não é às diferenças sociais nem à filosofia das características do temperamento humano que nos prende este reflexivo texto. Prende-nos, ao contrário, à normalidade e à naturalidade com que tudo acontece na natureza. E, aí, exatamente, é que encontramos essa verossimilhança.

Cai a semente na terra e o embrião que germina desenvolve uma frondosa árvore. A planta fixa raízes na terra, que servem de dutos para o transporte da seiva. Essa seiva é conduzida até cada extremidade de seus galhos, exatamente como acontece com o sangue no corpo humano. Em tempos normais, em que normal é o estado desses corpos, isso acontece com naturalidade, sem que haja necessidade de ajuda do húmus extra ou do medicamento. Os corpos crescem, fortalecem o físico e há chagado o momento da reprodução.

A seiva é conduzida à flor, que desabrocha e a polinização é feita. Terminado o ciclo das flores, o fruto cresce, servindo o talo que o prende ao galho de cordão umbilical no grande útero da natureza. Já se deram conta, até agora, da semelhança que há entre animais e vegetais? Mas não fica só no espaço físico essa semelhança entre os elementos da natureza.

Milhares de frutos, quando chegam à maturidade, apodrecem e caem da árvore. Mas resta-lhes a semente que, novamente em terra, retoma seu ciclo natural. germina, e tudo começa outra vez. Outros milhares deles, permanecendo sadios, recebem as cores da madureza sadia e, agraciadas com os sabores que lhes são próprios, são recolhidos aos celeiros. Alguns desses frutos, por sua excelente e maravilhosa qualidade, são selecionados para formação de novas árvores. Estas sementes especiais servirão de exemplo para melhoria dos frutos e a obtenção de extensos pomares com valores mais sólidos.

Vejamos, agora, o que acontece com o ser humano que pertence ao reino animal – portanto também faz parte da natureza e é regido por suas leis – no decorrer da sua história. Falando do hominídeo, que deu lugar ao homo sapiens, que foi sucedido pelo homo sapiens sapiens, referimo-nos ao protótipo da espécie humana, que começou em cavernas, foi para as savanas e dominou o mundo e sua ciência. Tudo isso aconteceu sob estreita vigilância de Deus, Criador do universo.

Simultaneamente com a criação dos mundos que povoam o universo, Deus houve por bem a criação de espíritos, princípios inteligentes puros, mas ignorantes, que são as almas, denominadas assim por algumas facções da humanidade. As espécies que antecederam ao surgimento dos hominídeos serviram-lhes, por assim dizer, de sementes, que já guardavam em seus germens, pela onisciência do Criador, resquícios dessa centelha divina. Uma vez criado o protótipo, esses espíritos foram autorizados a habitarem seus corpos para lhes servirem de veículo e morada temporária, desenvolvendo esse princípio inteligente por sua livre e espontânea vontade (o chamado livre arbítrio), até que este encontrasse, em nossos dias, o domínio parcial da ciência terrena. Mas, para que finalidade Deus, que tudo sabe, teria “inventado” o homem para descortinar as ignorâncias da terra? Como sabemos que Ele nada faz de inútil, podemos adivinhar-Lhe as intenções. Não foi só para dominar as ciências do mundo que ele nos colocou aqui, mas, também, para termos o domínio das Leis divinas. Nessas leis divinas estão inclusas todas as vontades do Criador. Nas vontades ou Leis de Deus confere-nos ele obrigações para com o Planeta em que vivemos, conservando-o habitável e, por condição bíblica, o cuidado e amor para com o nosso próximo que o coabita, fazendo da caridade Sua Lei maior. Assim como o fruto da árvore ganha cor e sabor quando saudável e, por isso, é recolhido ao celeiro, o espírito saudável e cumpridor das leis de Deus, quando de seu desencarne, é recolhido para sua pátria celestial e só reencarnará, não para expiar suas faltas, como o fruto podre, mas com a missão de servir de exemplo aos seus irmãos menores.