CRÔNICA PARA UM ENCONTRO
 
 



Encontrar alguém que nos afete a ponto de provocar um novo olhar sobre a vida pode ser uma das experiências mais enriquecedoras da existência.

Confesso que a primeira vez que cruzamos nossos olhares senti algo próximo a um "abraço de nuvem". E este encontro tem sido um presente que recebi da vida.

Desde nosso primeiro contato, nunca mais fui a mesma e sinto que meu melhor amigo, além de um laço de afeto e lealdade é uma fonte de aprendizado. Passei a entender mais de mim ao lado desta pessoa capaz de traduzir meu silêncio com um olhar.

A proximidade milimétrica mereceu uma crônica intitulada "Espelho, Espelho meu". O personagem do texto existe, de fato, em minha vida há décadas.

Esta visibilidade, a princípio, para uma pessoa reservada, poderia ser desastrosa, mas meu melhor amigo soube lidar comigo tão naturalmente que entendi um dos valores da amizade: o espaço onde nossas defesas são desnecessárias porque tudo que sou nunca será "usado contra mim".

Tenho consciência de que aprendo demais com ele (imaginem a catástofre anterior! Meu melhor amigo mereceria o inédito Prêmio Nobel da Paciência!).

Construir uma relação exige cumplicidade. Sem ressonância uma pessoa pode falar por dez horas e não conseguir um ponto de convergência reflexiva.

Enquanto outra basta olhar ou dizer uma frase em menos de dez segundos e entrar não apenas em sua vida, mas alojar-se em sua alma.

A sintonia não se impõe nem se conquista: acontece e flui. Seria comparável a uma reação química onde duas substâncias ao entrar em contato, reagem e modificam uma à outra.




(*) IMAGEM: Google

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Dolce Vita
Enviado por Dolce Vita em 17/02/2010
Reeditado em 17/02/2010
Código do texto: T2091646
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